
JURAMENTO OFICIAL DO CURSO DE ENFERMAGEM Juro dedicar minha vida profissional a serviço da humanidade, respeitando a dignidade e os direitos da pessoa humana, exercendo a Enfermagem com consciência e dedicação, guardando sem desfalecimento os segredos que me forem confiados. Respeitando a vida desde a concepção até a morte... mantendo elevados os ideais da minha profissão, obedecendo os preceitos da ética e da moral, preservando sua honra, seu prestígio e suas tradições
quarta-feira, setembro 08, 2010
Discovery Channel - Viagem pelo corpo Humano 1/5
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COMUNICAÇÃO COMO INSTRUMENTO DO ENFERMEIRO PA

RESUMO: A comunicação é um importante aspecto para se estabelecer o cuidado de enfermagem que vislumbra uma assistência de qualidade. Dessa forma a comunicação colabora para a promoção do cuidado emocional. Objetivamos com este estudo refletir sobre as interfaces do cuidado emocional ao cliente hospitalizado, vislumbrando a melhoria da qualidade da assistência de enfermagem. Esta reflexão originou-se das inquietações suscitadas pelo nosso cotidiano do trabalho e consultas à literatura vigente quanto às necessidades emocionais do cliente hospitalizado. Para prestarmos o cuidado emocional é necessário sermos bons ouvintes, expressar um olhar atencioso e tocar os nossos clientes, confortando e recuperando sua auto-estima. A partir de nossas reflexões consideramos que o cuidado emocional do cliente hospitalizado se faz de suma importância para a melhoria da qualidade de vida, não só do cliente, mas de sua família.
UNITERMOS: Enfermagem; Comunicação; Cuidado Emocional.
ABSTRACT: Communication is an important aspect in the nursing care toward a more qualified assistance. Thus, communication potentially contributes to promote the emotional care. This study aimed at reflecting the emotional care interfaces to the hospitalized client, in order to improve the quality of the nursing assistance. This reflection arises from clients’ emotional problems observed in our daily professional routine and by consultation of specialized literature regarding emotional necessities of hospitalized subjects. In order to use the emotional care, nurses must be good listeners, examining with care and touching our clients, comforting and helping them to recover their self-esteem. We consider from our reflections that emotional care to the hospitalized client is crucial for achieving a better quality of life, not only from the client, but also to the family.
KEYWORDS: Nursing; Communication; Emotional Care.
RESUMEN: La comunicación es un importante factor para establecerse el cuidado de enfermería que vislumbra una asistencia de calidad. De esa manera la comunicación colabora para la promoción del cuidado emocional. Objetivamos con este estudio reflexionar a respecto de las interconexiones del cuidado emocional al cliente hospitalizado, la mejoría de la calidad de la asistencia de enfermería. Este reflejo se originó de las inquietaciones suscitadas por nuestro cotidiano de trabajo y consultas a la literatura en vigor, mientras a las necesidades emocionales del cliente hospitalizado. Para que se haga el cuidado emocional es necesario que tengamos buenos oídos, expresar un mirar más cuidadoso y respectar los nuestros clientes, fortaleciendo y recuperando su autoaprecio. Atrás de nuestros reflejos se han considerado que el cuidado emocional del cliente hospitalizado se hace con demasiada importancia para mejorar la calidad de vida, no solamente del cliente, pero también de su familia.
PALABRAS CLAVES: Enfermería; Comunicación; Cuidado Emocional.
INTRODUÇÃO
O mundo globalizado de hoje, exige profissionais cada vez mais capacitados, principalmente, do ponto de vista tecnológico, exigindo atributos e conhecimentos dos trabalhadores para responder às demandas impostas pelas mudanças sociais e econômicas. Nesse contexto as interações pessoais acabam por assumir uma condição inferior. Estamos vivendo num mundo de poucas palavras, onde a imagem predomina, em uma cultura onde a razão se sobrepõe à emoção. A cada dia, visualizamos a valorização do ter e a deificação do ser (KEITH, 1999).
Englobado por essas reformulações econômicas, sociais e políticas, o setor saúde sofre os impactos dos ajustes macro-estruturais de busca da produtividade, tecnologia e qualidade dos serviços, exigindo novos atributos de qualificação dos profissionais de saúde. É a partir dessa premissa, e diante da nossa realidade enquanto atores do cenário do cuidado físico e mental, que reforçamos a importância de que seja discutido, entre os diversos profissionais de saúde ligados diretamente à assistência ao cliente, e aqui destacamos o enfermeiro, o cuidado emocional, resultando na busca do bem-estar e qualidade de vida do cliente (ALMEIDA & WITT, 2003).
Nessa realidade o enfermeiro deve buscar conhecimentos e processo instrucional para encontrar uma maneira de ação que torne, o cuidado de enfermagem mais humano. Pois, como agente de mudança, o enfermeiro de amanhã será diferente do de hoje, e o de hoje é diferente do de anos passados. Os novos horizontes da enfermagem exigem do profissional responsabilidade de elaboração de um cuidado holístico, devendo estar motivado para acompanhar os conhecimentos e para aplicá-los (TIMBY, 2001).
Uma das principais e mais comuns situações vivenciadas por enfermeiros é o cuidado prestado ao cliente submetido a internação hospitalar. Embora possa ser o cotidiano de milhares de enfermeiros, a experiência da internação hospitalar cria situações únicas de estresse não só para os clientes mas também para suas famílias. Vários pesquisadores têm documentado a repercussão dos níveis de estresse, ansiedade e angústia na evolução e prognóstico de um cliente, bem como no âmbito familiar (WRIGHT & LEAHEY, 2002; OUIMETTE et al, 2004; DOYLE et al, 2004; AHLBERG et al, 2004).
Na perspectiva do cliente que necessita de internação hospitalar esse processo é permeado pelo medo do desconhecido, como a utilização de recursos tecnológicos, muitas vezes invasivos, linguagem técnica e rebuscada, pela apreensão de estar em um ambiente estranho, e ainda pela preocupação com sua integridade física, em decorrência do processo patológico, motivo de sua internação hospitalar.
Assim, ao considerarmos o enfermeiro o profissional que permanece mais tempo ao lado do cliente, este deve ser o facilitador na promoção do bem-estar bio-psico-sócio-espiritual e emocional do cliente, conduzindo-o às melhores formas de enfrentamento do processo de hospitalização.
Consideramos relevante realizar uma reflexão sobre as interfaces do cuidado emocional ao cliente hospitalizado de forma a contribuir para a melhoria da qualidade da assistência de enfermagem, sob o prisma do processo de comunicação.
É importante salientar, que a reflexão aqui esboçada não permite a inferência de proposições gerais. Ela visa, no entanto, atrair a atenção para a questão acerca da assistência de enfermagem e as necessidades emocionais do cliente hospitalizado.
A COMUNICAÇÃO E O CUIDADO EMOCIONAL
O termo comunicar provêm do latim communicare que significa colocar em comum. A partir da etimologia da palavra entendemos que comunicação é o intercâmbio compreensivo de significação por meio de símbolos, havendo reciprocidade na interpretação da mensagem verbal ou não-verbal. FREIRE (1988, p. 65) afirma que “o mundo social e humano, não existiria como tal, se não fosse um mundo de comunicabilidade, fora do qual é impossível dar-se o conhecimento humano. A intersubjetividade ou a intercomunicação é a característica primordial deste mundo cultural e histórico”.
Partimos da premissa de que a comunicação é um dos mais importantes aspectos do cuidado de enfermagem que vislumbra uma melhor assistência ao cliente e à sua família que estão vivenciando ansiedade e estresse decorrentes do processo de hospitalização, especialmente em caso de longos períodos de internação ou quando se trata de quadros de doença terminal. Portanto, a comunicação é algo essencial para se estabelecer uma relação entre profissional, cliente e família. Nossa assertiva é corroborada por SARAIVA (1999), ao referir que algumas teorias afirmam que o processo comunicativo é a forma de estabelecer uma relação de ajuda ao indivíduo e à família.
Tratando-se do relacionamento enfermeiro-cliente, o processo de comunicação precisa ser eficiente para viabilizar uma assistência humanística e personalizada de acordo com suas necessidades. Portanto, o processo de interação com o cliente se caracteriza não só por uma relação de poder em que este é submetido aos cuidados do enfermeiro, mas, também por atitudes de sensibilidade, aceitação e empatia entre ambos.
O objeto de trabalho da enfermagem é o cuidado. Cuidado esse que deve ser prestado de forma humana e holística, e sob a luz de uma abordagem integrada, não poderíamos excluir o cuidado emocional aos nossos clientes, quando vislumbramos uma assistência de qualidade. Ao cuidarmos de alguém, utilizamos todos os nossos sentidos para desenvolvermos uma visão global do processo observando sistematicamente o ambiente e os clientes com o intuito de promover a melhor e mais segura assistência. No entanto, ao nos depararmos com as rotinas e procedimentos técnicos deixamos de perceber importantes necessidades dos clientes (sentimentos, anseios, dúvidas) e prestar um cuidado mais abrangente e personalizado que inclua o cuidado emocional.
SKILBECK & PAYNE (2003) conduziram uma revisão de literatura objetivando compreender a definição de cuidado emocional e como enfermeiros e clientes podem interagir para produzir relacionamentos de suporte emocional. As autoras relatam a ausência de uma definição clara do que venha a ser o cuidado emocional existindo variações na literatura quanto ao uso dessa terminologia ao referir-se como “cuidado emocional e apoio”, “cuidado psicológico” e “cuidado psicossocial”. Ao realizarem uma análise mais detalhada as autoras perceberam ainda que o cuidado emocional pode ter vários significados quando visto sob o prisma de diferentes marcos teóricos e contextos sociais, e, portanto a ausência de uma definição e significados próprios repercute na prática assistencial do enfermeiro.
Contudo, para a condução de nossa reflexão assumimos que o cuidado emocional é a habilidade de perceber o imperceptível (SÁ, 2001), exigindo alto nível de sensibilidade para as manifestações verbais e não-verbais do cliente que possam indicar ao enfermeiro suas necessidades individuais.
Portanto, consideramos que a promoção de um cuidado holístico que envolva as necessidades bio-psico-sócio-espiritual e emocional perpassa por um processo comunicativo eficaz entre enfermeiro-cliente. Todavia entendemos que o processo de comunicação se constrói de diferentes formas, e que para haver comunicação a expressão verbal (através do uso das palavras) ou não-verbal (a postura, as expressões faciais, gestos, aparência e contato corporal) de um dos sujeitos, tem que ser percebida dentro do universo de significação comum ao outro. Caso isso não aconteça, não haverá a compreensão de sinais entre os sujeitos, inviabilizando o processo comunicativo e conseqüentemente comprometendo o cuidado.
WALDOW (1999) deixa claro que o cuidar se inicia de duas formas: como um modo de sobreviver e como uma expansão de interesse e carinho. Assim, o primeiro faz-se notar em todas as espécies animais e sexos, e o segundo ocorre exclusivamente entre os humanos, considerando sua capacidade de usar a linguagem, entre outras formas, para se comunicar com os outros.
Para otimizar uma assistência mais holística a equipe de enfermagem pode estabelecer estratégias de cuidados para atingir seus objetivos. Contudo, ratificamos uma vez mais que a comunicação é o elemento chave para a construção de qualquer estratégia que almeje o cuidado emocional.
Alguns autores têm identificado que problemas de comunicação ou comunicação insatisfatória entre enfermeiro e cliente, - especialmente quando relacionados à clientes terminais -, devido ao medo da morte, ansiedade do enfermeiro sobre a habilidade do cliente de enfrentar a doença, falta de tempo, falta de treinamento de como interagir com estes clientes (WILKINSON, 1991), e ansiedade sobre as conseqüências negativas para os clientes (PARLE et al., 1997) têm repercutido no estabelecimento de uma melhor interação enfermeiro-cliente.
Portanto, se faz relevante que o enfermeiro possa submeter-se à treinamentos relacionados à habilidade de comunicação. HEAVEN & MAGUIRE (1996) e KRUIJVER et al (2001) realizaram uma sondagem pré-teste, concederam treinamento sobre habilidades comunicativas aos enfermeiros e realizaram um pós-teste. Ao final do estudo os autores identificaram que a habilidade de comunicação do enfermeiro melhorou de forma significativa após o treinamento. WILKINSON et al (1998 e 1999) e KRUIJVER et al (2001) encontraram que após um treinamento dessa natureza as enfermeiras melhoraram a avaliação dos problemas do cliente e do conteúdo emocional revelados pelo mesmo.
Além de uma educação continuada relacionada à comunicação sugerimos a visita diária de enfermagem como um importante artifício para identificar o nível de necessidade de segurança, amor, auto-estima, espiritualidade e bio-fisiológicas do cliente. É a partir da visita de enfermagem que o enfermeiro estabelece um processo de comunicação com o cliente possibilitando o esclarecimento de dúvidas quanto à evolução e prognóstico do cliente, aos procedimentos a serem realizados, normas e rotinas da instituição ou unidade de internação e estrutura física hospitalar, desempenhando um importante papel na redução dos quadros de tensão e ansiedade que repercutem no quadro clínico do cliente (OUIMETTE et al, 2004; DOYLE et al, 2004; AHLBERG et al, 2004).
Do contrário uma inviabilização do processo comunicativo na relação profissional-cliente, pode desencadear situações de estresse. SANTOS (1999) refere que os diálogos ocorridos junto à cama do cliente, repletos de termos técnicos, geralmente inacessíveis, são interpretados pelo cliente conforme seu conhecimento, e o impacto emocional da postura silenciosa de enfermeiros e médicos, podem agravar ainda mais o estado de ansiedade e tensão. Portanto, atitudes como estas devem ser evitadas durante toda a internação, na tentativa de minimizar seu impacto na qualidade assistencial do cliente no momento em que este se encontra mais fragilizado.
Destarte para uma melhor qualidade dos serviços de saúde é vital conhecer não só a visão do cliente mas também da família de forma a estarmos sensíveis para oferecer um cuidado que atenda às expectativas do cliente e da família diminuindo a repercussão do estresse e ansiedade no processo de hospitalização.
Segundo WRIGHT & LEAHEY (2002, 13) “a enfermagem tem um compromisso e obrigação de incluir as famílias nos cuidados de saúde. A evidência teórica, prática e investigacional do significado que a família dá para o bem-estar e a saúde de seus membros bem como a influência sobre a doença, obriga as enfermeiras a considerar o cuidado centrado na família como parte integrante da prática de enfermagem”.
A promoção do cuidado emocional tem alcançado resultados positivos na sobrevida do cliente. McCORKLE et al (1998) realizaram um estudo correlacionando os sintomas de estresse e as intervenções de cuidado do emocional. Os autores encontraram uma relação estatisticamente significante entre os sintomas e as intervenções revelando que os clientes que morreram mais precocemente foram aqueles que receberam menos intervenções de cuidado emocional.
A partir dessas evidências ratificamos a importância do cuidado emocional para a recuperação e sobrevida do cliente hospitalizado, todavia, não devemos nos esquecer em momento algum o cuidado técnico-científico. Na realidade, essas diferentes dimensões do cuidado devem caminhar juntas, se complementando harmonicamente.
Para prestarmos o cuidado emocional é necessário sermos bons ouvintes, expressando um olhar atencioso, tocando e confortando os nossos clientes, e recuperando sua auto-estima. Quanto aos efeitos comportamentais do tocar, olhar e do ouvir, estes apresentam contribuição essencial à segurança, proteção e auto-estima de uma pessoa. Segundo MONTAGU (1998), o tocar desenvolve ostensivas vantagens em termos de saúde física e mental.
Tocar alguém com a intenção de que essa pessoa se sinta melhor, por si só já é terapêutico, portanto o ato de tocar alguém é confortável e faz parte do cuidado emocional (SÁ, 2001).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir de nossas reflexões consideramos que o cuidado emocional ao cliente hospitalizado se faz de suma importância para a melhoria da qualidade de vida, não só do cliente, mas de sua família. Enfatizamos a importância da visita de enfermagem com uma abordagem sistematizada visando um atendimento holístico como uma oportunidade de promover o cuidado emocional. Essa sistematização do cuidado deve estar registrada, de forma a proporcionar uma comunicação efetiva entre os membros da equipe de saúde e a avaliação da eficácia do cuidado prestado ao cliente, contribuindo para um melhor nível assistencial.
Devemos enxergar o cliente hospitalizado como um ser complexo que possui necessidades no âmbito bio-psico-sócio-espiritual e emocional o qual se encontra fragilizado pela doença. Porém, essa pessoa ainda mantém a sua individualidade, e na maioria das vezes é capaz de decidir e/ou opinar sobre o cuidado a ser prestado. E os enfermeiros devem estar sensibilizados para perceber essa individualidade e as necessidades de cada um, facilitando assim seu processo de recuperação, diminuindo o tempo da internação e conseqüentemente os índices de infecção hospitalar.
Nessa perspectiva esperamos que esta reflexão seja mais um passo para a realização de muitas outras, além de estudos mais detalhados que contemplem o cuidado emocional em enfermagem aos diferentes tipos de clientes, contribuindo assim para a melhoria da qualidade da assistência de enfermagem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AHLBERG, K. et al. Fatigue, psychological distress, coping and quality of life in patients with uterine cancer. Journal of Advanced Nursing. v. 45, n. 2, p. 205-213, 2004.
ALMEIDA, M. C. P. ; WITT, R. R. O modelo de competências e as mudanças no mundo do trabalho: implicações para a enfermagem na atenção básica no referencial das funções essenciais de saúde pública. Revista Texto & Contexto Enfermagem. v. 12, n. 4, p. 559-68, 2003.
DOYLE, N. M. et al. Maternal stressors during prolonged antepartum hospitalization following transfer for maternal-fetal indications. American Journal of Perinatology. v. 21, n. 1, p. 27-30, 2004.
FREIRE, P. Extensão ou comunicação? Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.
HEAVEN, K.; MAGUIRE, P. Training hospice nurses to elicit patients concerns. Journal of Advanced Nursing. v. 23, n. 2, p. 280-286, 1996.
KEITH, D. Comportamento humano no trabalho: uma abordagem organizacional. São Paulo: Pioneira, 1999.
KRUIJVER, I. P. M. et al. Communications between nurses and stimulated patients with cancer: evaluation of a communication training programme. European Journal of Oncology Nursing. v. 5, n.3, p. 140-150, 2001.
McCORKER, R. et al. The effects of home nursing care for patients during terminal illness on the bereaved’s psychological distress. Nursing Research, v. 47, n. 1, p. 02-10, 2004.
MONTAGU, A. Tocar: o significado humano da pele. São Paulo: Summus, 1998.
OUIMETTE, P. et al. Posttraumatic stress disorder and health status among female and male medical patients. Journal of Traumatic Stress. v. 17, n. 1, p. 1-9, 2004.
PARLE, M et al. The development of a training model to improve health professionals’ skills, self-efficacy and outcome expectancies when communicating with cancer patients. Social Science and Medicine. v. 44, n. 2, p.231-240, 1997.
SÁ, A. C. de O. O cuidado do emocional em enfermagem. São Paulo: Robe Editorial, 2001.
SANTOS, S. S. C.; LUIS, M. A. V. A relação da enfermeira com o cliente cirúrgico. Goiânia: AB, 1999.
SARAIVA, A. M. P. O doente inconsciente e a efetividade da comunicação através do toque. Nursing. n. 134, p. 36-40. 1999.
SKILBECK, J.; PAYNE, S. Emotional support and the role of clinical nurse specialists in palliative care. Journal of Advanced Nursing. v.43, n. 5, p. 521-530. 2003.
TIMBY, B. K. Conceitos e habilidades fundamentais no atendimento de enfermagem. 6.ed. Porto Alegre: Artmed, 2001.
WALDOW, V. R. Cuidado humano: o resgate necessário. 2ª ed. Porto Alegre: Sagra Luzzato, 1999.
WILKINSON, S. Factors which influence how nurses communicate with cancer patients. Journal of Advanced Nursing. v. 16, n. 6, p. 677-688, 1991.
WILKINSON, S. et al. Nurse-patient communication in palliative care: an evaluation of a communication skills programme. Palliative Medicine. v. 12, n. 1, p. 13-22, 1998.
WILKINSON, S. et al. A longitudinal evaluation of a communication skills programme. Palliative Medicine. v. 13, n. 4, p. 341-348, 1999.
WRIGHT, L. M.; LEAHEY, M. Enfermeiras e famílias: um guia para a avaliação e intervenção na família. 3ª ed. São Paulo: Roca, 2002.
Texto recebido em 20/04/2004.
Publicação aprovada em 31/08/2004
1.Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Membro do grupo de pesquisa FAMEPE - Família: Ensino, Pesquisa e Extensão do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará. Contato: Rua Onofre S. Cavalcante, 254, casa 5, Bairro Cidade dos Funcionários. CEP 60834-450; Fortaleza – (CE) oriarte@uol.com.br ou oriaremon@hotmail.com
2.Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Membro do grupo de pesquisa GRUPPS - Grupo de Políticas e Práticas de Saúde do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará. leilammp@bol.com.br
3.Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Membro do grupo de pesquisa FAMEPE - Família: Ensino, Pesquisa e Extensão do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará. janainavictor@uol.com.br
Organização Joilsom Saraiva
quarta-feira, setembro 01, 2010
Bioquímica: Aspectos gerais Maria Celeste

O que é Bioquímica?
É a química da vida.
É o estudo da vida ao nível químico.
É o estudo das reações químicas que ocorrem em organismos biológicos.
A bioquímica procura entender como a vida existe a partir de moléculas intrinsecamente inanimadas (sem vida).
A bioquímica procura explicar a vida em termos químicos
Características que definem a vida:
Reprodução
Crescimento
Metabolismo
Resposta a estímulos do ambiente/capacidade de mudança
Por trás da diversidade biológica existe certa unidade de organização
10 milhões de espécies diferentes – grande diversidade
Todos os seres vivos:
nos níveis celular e molecular, há um plano de organização unificado
bioquimicamente têm as mesmas estruturas e funções básicas e um mesmo código genético.
Em todos os seres, as macromoléculas são construídas a partir dos mesmos tipos de unidades monoméricas:
- existência de modelos subjacentes comuns.
- simplicidade básica na estrutura das macromoléculas, apesar dos bilhões de tipos de proteínas existentes em milhões de espécies de seres vivos.
A célula é uma máquina onde ocorrem reações químicas com alto grau de controle e seletividade
Os organismos vivos são capazes de extrair e utilizar energia do seu ambiente
Os processos metabólicos são regulados e ajustados para operar com eficiência e economia
Como a célula exerce ou alcança alto grau de controle, seletividade e eficiência?
Mecanismos como:
- enzimas
compartimentalização
processamento de informação
As enzimas desempenham papel fundamental neste processo.
As enzimas são proteínas especializadas, capazes de catalisar as reações bioquímicos.
As reações ocorrem a temperatura constante
A matriz da vida é caracterizada por interações fracas em um ambiente aquoso.
As interações não covalentes na célula
Quais são os principais tipos?
- interações iônicas;
- pontes de hidrogênio;
- interações hidrofóbicas;
- interações de van der Waals.
Importância das interações não covalentes:
- estabilizam estruturas tridimensionais de macromoléculas e de estruturas supramoleculares (inclusive a célula!!);
- são importantes na dinâmica de interações entre moléculas (interações transitórias);
- são fundamentais para a especificidade das interações
COMO e PORQUE se estas interações são fracas?
Porque as interações não covalentes:
ocorrem apenas a distâncias relativamente curtas;
são necessárias diversas interações fracas para gerar uma interação estável entre duas moléculas ou partes de uma mesma molécula;
- apenas moléculas com certo grau de complementariedade quanto ao formato são capazes de estabelecer uma interação estável;
- o fato de haver sempre uma certa porcentagem de ligações que estão rompidas confere flexibilidade às moléculas biológicas.
Ligações não covalentes:
Ao contrário de covalentes, estão sendo continuamente formados e quebrados
São suficientemente fortes (em conjunto) para formar e estabilizar estruturas, mas suficientemente fracos para as estruturas serem desfeitas
Não há necessidade de catálise enzimática - energia cinética das moléculas (movimento térmico)
Interações não covalentes sempre involvem cargas elétricas
Permitem:
grande flexibilidade estrutural
especificidade de interações
interações transientes
Especificidade:
Anticorpos
Enzimas
Hormonios
Expressão de genes
Interações moleculares transientes são importantes em:
Enzimas (catálise)
Regulação de enzimas
Transporte através de membranas
Sinalização celular
Mas também pode haver a necessidade de interações irreversíveis
Importantes para determinar a estrutura ou associaçõs em:
- Estrutura de proteinas
- DNA
- Membranas
O ciclo de Krebs ou do ácido cítrico

O ciclo de Krebs ou do ácido cítrico
1- Por acção das enzimas da glicólise a glicose é, no citosol das células, parcialmente oxidada a
piruvato. O piruvato entra para a mitocôndria e, através da acção catalítica da desidrogénase
do piruvato (piruvato + NAD+ + CoA → acetil-CoA + NADH + CO2), dá origem a acetil-
CoA. No catabolismo dos aminoácidos, dos ácidos gordos e do etanol também se forma
acetil-CoA. O ciclo de Krebs (do citrato ou dos ácidos tricarboxílicos) é uma via metabólica
central no metabolismo dos nutrientes pois permite a oxidação do grupo acetilo da acetil-
CoA (a CO2) com a concomitante redução do NAD+ e do FAD a NADH e FADH2 que são
intermediários no processo de redução do O2 (a H2O).
2- Nas mitocôndrias hepáticas, as enzimas envolvidas nas reacções do ciclo de Krebs são: (1) a
síntase do citrato (acetil-CoA + oxalacetato + H2O → citrato + CoA), (2) a aconitase (citrato
↔ isocitrato), (3) a desidrogénase do isocitrato (isocitrato + NAD+ → α-cetoglutarato +
CO2 + NADH), (4) a desidrogénase do α-cetoglutarato (α-cetoglutarato + NAD+ + CoA →
succinil-CoA + NADH + CO2), (5) a sintétase de succinil-CoA [succinil-CoA + GDP (ou
ADP) + Pi ↔ succinato + CoA + GTP (ou ATP)], (6) a desidrogénase do succinato
(succinato + FAD ↔ fumarato + FADH2), (7) a fumárase (fumarato + H2O ↔ malato) e (8)
a desidrogénase do malato (malato + NAD+ ↔ oxalacetato + NADH). A sintétase de
succinil-CoA existe na forma de duas isoenzimas sendo que uma delas tem maior
especificidade para o ADP e a outra maior especificidade para o GDP. Embora a cínase dos
nucleosídeos-difosfatos não seja, habitualmente, considerada uma enzima do ciclo de Krebs
ela tem um papel importante neste contexto já que permite a transferência do fosfato terminal
do GTP (formado pela acção de uma das isoenzimas da cínase do succinato) para o ADP e a
formação de ATP (GTP + ADP ↔ GDP + ATP). Por contraponto com a formação de ATP na
fosforilação oxidativa esta fosforilação do ADP diz-se que ocorre “ao nível do substrato”.
3- A fase preparatória da oxidação do grupo acetilo da acetil-CoA a CO2 começa com a sua
ligação ao oxalacetato por acção da síntase do citrato. Os passos oxidativos em que ocorre a
redução do NAD+ e do FAD são os catalisados pelas desidrogénases do isocitrato, α-
cetoglutarato, do malato (NAD+ reduzido a NADH) e do succinato (FAD reduzido a
FADH2). As descarboxilações (e consequente libertação de CO2) ocorrem durante as acções
catalíticas da desidrogénase do isocitrato [isocitrato (6C) + NAD+ → α-cetoglutarato (5C) +
CO2 + NADH] e da desidrogénase do α-cetoglutarato [α-cetoglutarato (5C) + NAD+ + CoA
→ succinil-CoA (4C-CoA) + NADH + CO2]. No “último” passo do ciclo de Krebs ocorre a
regeneração do oxalacetato. Uma visão global do processo permite compreender que se diga
que o oxalacetato tem, no ciclo de Krebs, um papel catalítico. Tal como as enzimas (que em
cada ciclo catalítico se ligam ao substrato e se regeneram como enzima livre após a formação
do produto) o oxalacetato reage com o acetil-CoA na “primeira” reacção do ciclo mas é
regenerado na “última” quando o malato é oxidado.
4- A equação que descreve o somatório das reacções que constituem o ciclo de Krebs
CH3CO-CoA + 2 H2O + 3 NAD+ + FAD + ADP + Pi →
2 CO2 + CoA + 3 NADH + FADH2 + ATP
mostra que, conceptualmente, este pode ser entendido como um somatório de três
processos: (1) a hidrólise da acetil-CoA, (2) a oxidação do acetato a CO2 e (3) a síntese de
ATP (a partir de ADP + Pi).
CH3CO-CoA + H2O → CoA + CH3COOH (1)
CH3COOH + 2H2O + 3NAD+ + FAD → 2CO2 + 3 NADH + FADH2 (2)
ADP + Pi → ATP + H2O (3)
Os processos (1) e (2) referidos acima são exergónicos enquanto o (3) é endergónico e só
ocorre porque está acoplado, via acção catalítica da sintétase do succinato e da cínase dos
Ciclo de Krebs ou do ácido cítrico; Rui Fontes
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nucleosídeos-difosfatos, com os processos exergónicos de rotura da ligação tioéster do
succinil-CoA (catalisada pela sintétase de suucinil-CoA) e da ligação anidrido (β-γ) do GTP
(catalisada pela cínase dos nucleosídeos difosfatos).
5- A oxidação do grupo acetilo da acetil-CoA implica a redução do NAD+ a NADH2 e do
FAD a FADH2. O processo só pode ocorrer em regime aeróbio pois o único mecanismo
que, na mitocôndria, permite a regeneração do NAD+ e do FAD é a cadeia respiratória que
consome O2. O O2 é o oxidante último que, na cadeia respiratória, se reduz a H2O
possibilitando esta regeneração. O NAD+ e o FAD existem nas células em concentrações de
ordem micromolar e têm de ser regenerados para permitir a oxidação da glicose, de ácidos
gordos, de etanol e de aminoácidos que são ingeridos em quantidades de alguns moles por
dia.
6- As enzimas que catalisam reacções fisiologicamente irreversíveis são as catalisadas pela
síntase do citrato e pelas desidrogénases do isocitrato e do α-cetoglutarato. Estas enzimas
são todas inibidas pelo ATP e estimuladas pelo ADP de tal forma que a velocidade com que
ocorre a oxidação de acetil-CoA e a formação de CO2 aumenta quando aumenta a velocidade
de hidrólise do ATP. As desidrogénases do isocitrato e do α-cetoglutarato também são
inibidas por um dos produtos, o NADH; em condições metabólicas (como, por exemplo,
déficit de O2) em que a velocidade dos processos oxidativos da cadeia respiratória estão é
baixa ocorre acumulação de NADH que inibe a oxidação da acetil-CoA e a produção de CO2.
Assim no processo evolutivo foram, nestas enzimas, positivamente seleccionas características
que contribuem para a homeostasia e em particular para a manutenção de concentrações de
ATP compatíveis com a vida e o trabalho celular.
7- È de notar que a acetil-CoA não estimula a actividade das enzimas do ciclo de Krebs; ou
seja, não é de esperar que a ingestão aumentada de glicose leve por si só a um aumento da
oxidação da acetil-CoA formada a partir desta. Os sistemas oxidativos e em particular o ciclo
de Krebs funcionam mais ou menos lentamente em função do gasto de ATP: só é possível
aumentar a oxidação da acetil-CoA (e, em última análise, a oxidação dos nutrientes)
aumentado o consumo de ATP, ou seja, fazendo exercício.
8- O ciclo de Krebs tem caracter anfibólico: os intermediários deste ciclo são intermediários no
catabolismo dos nutrientes mas também podem ser intermediários em processos
anabólicos, como a síntese de ácidos gordos a partir de glicose, a síntese de glicose a partir de
muitos aminoácidos ou a síntese de alguns aminoácidos a partir de glicose.
9- A acetil-CoA, reage com um intermediário do ciclo de Krebs (o oxalacetato) formando
citrato. Esta reacção pode ser interpretada como a conversão de um intermediário do ciclo de
Krebs noutro intermediário do ciclo de Krebs e não pode, por este motivo, aumentar a
concentração dos intermediários do ciclo de Krebs entendidos como um todo. Pelo contrário,
alguns aminoácidos (como, por exemplo, o glutamato, a metionina, a fenilalanina e o
aspartato) geram, no seu catabolismo, intermediários do ciclo de Krebs mas o processo não
pode ser interpretado como a conversão de um intermediário noutro. Estes aminoácidos
dizem-se glicogénicos porque aumentam a concentração dos intermediários do ciclo de Krebs
podendo formar oxalacetato que pode converter-se em glicose. Ao conjunto dos processos que
permite formar glicose a partir de compostos não glicídicos chama-se gliconeogénese.
10- A maioria dos ácidos gordos contém um número par de carbonos. Estes ácidos gordos
geram, no seu catabolismo, apenas acetil-CoA e não podem, portanto, contribuir para a
formação de glicose: não são glicogénicos. Pelo contrário, a glicose pode dar origem a
ácidos gordos cuja síntese ocorre no citosol partindo de acetil-CoA (lipogénese). A acetil-
CoA que se forma a partir do piruvato e que, num determinado momento, está em excesso
relativamente às necessidades energéticas da célula não pode ser oxidada a CO2 sendo
convertida em ácidos gordos no citosol das células. A acetil-CoA não pode sair da
Ciclo de Krebs ou do ácido cítrico; Rui Fontes
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mitocôndria directamente porque não existe na membrana interna da mitocôndria um
transportador adequado para esta substância. Contudo, existe um mecanismo complexo que
permite o transporte de acetil-CoA para o citosol. Este mecanismo envolve as actividades
catalíticas da (1) síntase do citrato (oxalacetato + acetil-CoA + H2O → citrato + CoA)
dentro da mitocôndria, (2) de um transportador para o citrato e, (3) já no citosol, da líase do
citrato-ATP (ATP + citrato + CoA → oxalacetato + ADP + Pi + acetil-CoA). O somatório
das acções combinadas das duas enzimas e do transportador de citrato mostra que o transporte
de acetil-CoA ocorre à custa do gasto de uma “ligação rica em energia” do ATP: acetil-CoA
(mit.) + oxalacetato (mit.) + ATP + H2O → acetil-CoA (cit.) + oxalacetato (cit.) + ADP + Pi.
PRÁTICAS E NORMAS GERAIS DE LABORATÓRIO

PRÁTICAS
Preparo de soluções
Extração e caracterização do amido
Pesquisa de açúcares redutores – prova de Benedict
Extração e caracterização de lipídios
Propriedades gerais das proteínas – precipitação
Cada tipo de azeite tem uma acidez
Titulação da acidez do ácido acético
NORMAS GERAIS DE LABORATÓRIO
I. INTRODUÇÃO
1. Lembre-se que o laboratório é um lugar para trabalhos sérios e não para experimentos ao acaso.
2. Leia as práticas com antecedência para obter melhor aproveitamento das aulas.
3. Realize somente os experimentos indicados na aula. Não é permitido realizar aqueles não autorizados.
4. Tendo qualquer dúvida solicite à professora os devidos esclarecimentos.
5. Compareça às aulas nos dias e nos laboratórios designados para sua turma.
6. Não é permitido fumar em aula prática.
7. Vista o jaleco antes de entrar no laboratório.
8. Não troque os reagentes de uma mesa para outra.
9. No final de cada aula, limpe todo o material. Passe água de torneira nos tubos e outros materiais utilizados. As pipetas devem ser colocadas dentro das cubas.
10. Quando houver quebra ou danos nos materiais ou aparelhos, comunique a professora.
II. PRINCÍPIOS GERAIS DE TÉCNICAS
1. Use sempre uma pipeta para cada reagente a fim de evitar contaminações.
2. Evite as trocas de rolhas dos reagentes.
3. Para aquecer o tubo de ensaio na chama direta (no bico de Bünsen) observe se o tubo está externamente seco, caso contrário, seque o mesmo antes de efetuar a operação. Para que o tubo seja uniformemente aquecido, utilize pinças especiais ou um anel de papel, e mantenha o
tubo em constante agitação. Nunca dirija a boca do tubo em direção a si mesmo, ou ao colega, pois poderá ocorrer um esguicho e com isto atingi-lo(a).
4. Espere sempre que o vidro quente volte a esfriar antes de pegá-lo. Lembre-se, o vidro quente parece sempre estar frio.
5. Terminado o uso do bico de bünsen, verifique se as torneiras do gás estão bem fechadas, evitando assim explosões e intoxicações.
6. Nunca deixe ou abra frascos de líquidos inflamáveis (éter, álcool, acetona, benzeno, etc.), nas proximidades de chamas.
7. Leia duas vezes o rótulo dos frascos de reativos, antes de utilizá-los.
8. Nunca devolva a solução para o frasco estoque, porque pode estar contaminada.
9. Antes de introduzir pipetas nas soluções, certifique-se de que estão limpas.
10. Para preparar soluções de ácidos fortes (sulfúrico, clorídrico, nítrico, etc), verter sempre o ácido sobre a água, nunca a água sobre o ácido, porque provoca reação exotérmica violenta.
11. Para o preparo das soluções alcalinas (NaOH, etc) tome bastante precaução, pois a reação é exotérmica e corrosiva. Mantenha o frasco em banho de gelo para evitar quebras. Não aspirar os vapores desprendidos.
12. Para verificar o odor da substância, nunca leve o rosto diretamente sobre o frasco.
13. Quando preparar soluções alcoólicas, o álcool e a água devem ser medidos separadamente e depois reunidos, porque há diminuição do volume total.
14. O material volumétrico vem calibrado com água destilada a uma dada temperatura, conforme vem registrado (15, 20, 25ºC).
15. Uso das pipetas: para volumes entre 0 e 1 mL usar pipeta de 1 mL graduada ao centésimo. Entre 1 e 2 mL usar pipeta de 2 mL graduada ao centésimo. Entre 2 e 5 mL usar pipeta de 5 mL graduada ao décimo. Entre 5 e 10 mL usar pipeta de 10 mL graduada ao décimo.
16. As pipetas volumétricas são de maior precisão e são utilizadas para preparo de soluções padrões, normais e molares.
17. O líquido no interior da vidraria forma menisco. A leitura deve ser feita na parte inferior do menisco, e na altura da linha dos olhos.
18. Para medir substâncias corrosivas ou tóxicas, obturar a extremidade superior da pipeta com um pouco de algodão, ou usar uma bureta, que é mais seguro. Recomenda-se também o uso das pipetas automáticas.
19. Quando pipetar sangue, ácido concentrado ou soluções alcalinas concentradas lavar imediatamente com água o material utilizado.
BIOQUÍMICA
AULA PRÁTICA Nº 1
Data: ___/___/___
TEMA: Preparo de soluções (As soluções preparadas serão utilizadas em aulas futuras).
OBJETIVOS
Preparar diversas soluções de uso frequente em bioquímica.
Manipular de forma correta vidrarias e compostos químicos.
INTRODUÇÃO TEÓRICA
Solução: Mistura “fisicamente” homogênea de duas ou mais substâncias.
Soluto: É a substância que se dissolve na solução.
Solvente: É a substância na qual o soluto é dissolvido.
PARTE EXPERIMENTAL
SOLUÇÃO DE CIANETO
1g de Bicarbonato de Sódio.
0,05 g de Cianeto de Potássio.
0,2 g de Ferricianeto de Potásio.
Completar para 1000 ml com água destilada.
Procedimento
Pesar os reagentes em uma balança com papel manteiga devidamente tarado.
Colocar tudo em um Becker com água destilada
Transferir a solução para um balão de 1 L para aferição do volume.
SOLUÇÃO DE LUGOL
10 g de Iodeto de Potássio (cristais).
5 g de Iodo (cristais).
100 ml de água destilada.
Procedimento
Dissolver os 10 g de Iodeto de Potássio em 100 ml de água destilada.
Acrescentar 5 g de Iodo.
SOLUÇÃO DE FENOLFTALEÍNA
0,5 g de Fenolftaleína.
100 ml de álcool a 96%.
Procedimento
Dissolver 0,5 g de Fenolftaleína (pó) em 100 ml de álcool a 96%.
SOLUÇÃO DE AZUL DE METILENO
0,5 g de Azul de Metileno (pó).
30 g de álcool a 96%.
0,1 de Potassa Cáustica (granulado)
100 ml de água destilada.
Procedimento
Dissolver 0,5 de Azul de Metileno (pó) em 30 ml de álcool a 96%.
Dissolver 0,1 g de Potassa Cáustica (granulado) em 100 ml de água destilada.
Juntar as duas soluções.
SOLUÇÃO DE AZUL-DE-BROMOTIMOL
0,5 g de Azul-de-bromotimol (pó).
500 ml de água destilada.
0,4 g de Azul-de-bromotimol (pó).
1000 ml de água destilada.
Procedimento
Solução a 0,1%: Dissolver 0,5 g de Azul-de-bromotimol em 500 ml de água destilada.
Solução a 0,04%: Dissolver 0,4 g de Azul-de-bromotimol em 1000 ml de água destilada.
OBS: Esta substância é um indicador. Apresenta-se verde em meio neutro, azul em meio básico e amarelo em meio ácido.
REATIVO DE MOLISCH
5 g de -naftol.
100 ml de Álcool Etílico.
Procedimento
Dissolver 5 g de -naftol em 100 ml de Álcool Etílico.
SOLUÇÃO DE AMIDO
Extração:
Raspar um pedaço de batata com uma lâmina.
Transferir a raspa para um Becker de 250 ml.
Adicionar 100 ml de água agitando bem com auxílio de um bastão de vidro.
Filtrar através de gaze, recolhendo o líquido em Becker de 250 ml (espremer a gaze).
Deixar o amido depositar no fundo do Becker durante 10 min.
Remover o líquido sobrenadante.
Preparo da solução:
Manter 150 ml de água fervendo em um Becker de 250 ml.
Acrescentar 50 ml de água fria ao depósito de grão de amido obtido na etapa anterior.
Adicionar esta suspensão de amido, lentamente e com bastante agitação, à água fervente.
Continuar o aquecimento até que se forme uma solução opalescente.
QUESTÕES
Descreva os resultados visuais de cada solução.
BIOQUÍMICA
AULA PRÁTICA Nº 2
Data: ___/___/___
TEMA: Extração e caracterização do amido
OBJETIVOS:
Demonstrar a extração e caracterização do amido da batata.
Identificar o amido como carboidrato.
Evidenciar o amido através de reações de precipitação e coloração.
REATIVOS:
Solução de amido
Ácido sulfúrico concentrado
Reativo de Molisch: dissolver 5g de α-naftol em 100 mL de álcool etílico
Solução de lugol: pesar 1g de iodo e 5g de iodeto de potássio em 100 mL de água destilada
Solução saturada de sulfato de amônio 76g/100 mL
Álcool etílico
TÉCNICA:
I. Extração e preparação de uma solução de amido
a) Extração do amido: raspar um pedaço de batata com uma lâmina de vidro e transferir a raspa para um béquer de 250 mL. Adicionar 100 mL de água destilada e agitar vigorosamente com um bastão de vidro. Filtrar o material através de uma gaze, recolhendo o filtrado em um béquer de 250 mL e espremer delicadamente a gaze. Deixar em repouso por 10 minutos e, a seguir, remover cuidadosamente o líquido sobrenadante.
b) Preparo de uma solução de amido: manter aproximadamente 150 mL de água fervendo em um béquer de 250 mL. Acrescentar aproximadamente 50 mL de água fria ao depósito obtido anteriormente e adicionar esta suspensão lentamente e com constante agitação à água fervente. Continuar o aquecimento até que se forme uma solução opalescente. Utilizar esta solução para os experimentos subsequentes.
II. Reações de caracterização do amido
a) Reação do lugol: em um tubo de ensaio pipetar 2 mL de solução de amido e adicionar 1 a 2 gotas de lugol. Notar o aparecimento de cor azul intensa. Aquecer. Observar. Resfriar o tubo em água corrente. Observar.
b) Reação de Molisch: em um tubo de ensaio pipetar 2 mL de solução de amido, juntar 3 gotas do reativo de Molisch e misturar. Inclinar o tubo e deixar escorrer pela parede 2 mL de ácido sulfúrico concentrado, de modo que os dois líquidos não se misturem. Observar a interfase.
III. Precipitação do amido
a) A 5 mL de solução de amido adicionar 5 mL de solução saturada de sulfato de amônio. Agitar fortemente e deixar em repouso por 10 minutos. Filtrar. Pesquisar, separadamente, no filtrado e no precipitado, a presença de amido pelo teste do lugol.
b) A 1 mL de solução de amido adicionar 5 mL de álcool etílico. Agitar. Filtrar e pesquisar amido como no item a.
PRINCÍPIOS TEÓRICOS
Polissacarídeos são moléculas de elevado peso molecular, cujas unidades fundamentais são os
monossacarídeos, principalmente a glicose. Como exemplos de polissacarídeos importantes na natureza
podemos destacar o glicogênio, a celulose e o amido.
O amido, polissacarídeo de extrema importância em alimentos, é produzido em grande quantidade
nas folhas dos vegetais como forma de armazenamento dos produtos da fotossíntese, e é constituído por dois
outros polissacarídeos estruturalmente diferentes: amilose e amilopectina (ver figura abaixo).
Como podemos observar, a molécula da amilose não apresenta ramificações e, no espaço, assume
conformação helicoidal (forma de hélice). A ligação entre os átomos de carbono das unidades de glicose são
do tipo alfa 1-4.
A amilopectina apresenta estrutura ramificada, sendo que as ramificações aparecem a cada 24-30
moléculas de glicose. A ligação entre as unidades de glicose também é do tipo alfa 1-4 na mesma cadeia.
Porém, unindo duas cadeias aparecem ligações do tipo alfa 1-6. Observe a figura:
Moléculas de alto peso molecular (como a amilose e a amilopectina) podem sofrer reações de
complexação, com formação de compostos coloridos. Um exemplo importante é a complexação da amilose e
da amilopectina com o iodo, resultando em complexo azul e vermelho-violáceo, respectivamente. A figura
abaixo esquematiza a interação do iodo com a estrutura do amido:
Como vimos, o aprisionamento do iodo dá-se no interior da hélice formada pela amilose. Como a amilopectina
não apresenta estrutura helicoidal, devido à presença das ramificações, a interação com o iodo será menor, e a
coloração menos intensa.
IMPORTANTE - nem todos os polissacarídeos, apesar de serem moléculas grandes, dão complexo colorido com o iodo.
Isso porque é necessário que a molécula apresente uma conformação que propicie o "encaixe" do iodo. A celulose é um
exemplo de polissacarídeo que não dá reação colorida com o iodo.
Durante a caracterização do amido, pode-se empregar a Reação de Molisch ou a Reação com iodo. A
Reação de Molisch é um teste geral para carboidratos. Por serem moléculas muito ricas em grupamentos
hidroxila (-OH), o monossacarídeos podem ser facilmente desidratados por ação de ácidos fortes
concentrados, como o ácido sulfúrico (H2SO4). O ácido rompe facilmente as ligações glicosídicas presentes
em moléculas de polissacarídeos, quebrando-os e fornecendo seus monossacarídeos. Esses, por sua vez, são
desidratados e podemos ter como produto: o furfural, quando o monossacarídeo desidratado for uma pentose,
e o hidroximetilfurfural (HMF), quando for uma hexose.
Tanto o furfural quanto o HMF são substâncias incolores, impedindo que a reação seja visualizada.
Para resolver esse problema, adiciona-se um composto fenólico ao meio (α-naftol, conhecido como reativo
de Molisch). O fenol reage como os produtos incolores, e provoca o aparecimento de um anel de coloração
violeta/verde na interfase, ocorrendo reação positiva.
Como falado anteriormente, a reação de iodo é utilizada para a pesquisa do amido, que forma um
complexo colorido com o iodo. A amilose dá uma coloração negro-azulada, enquanto que a amilopectina dá
origem a uma coloração vermelho-violácea. Este complexo se dissocia por aquecimento e torna a se formar
quando a solução é resfriada. A explicação para este fato advém do fato das cadeias lineares de amilose
apresentarem uma conformação helicoidal capaz de ocluir o iodo, resultando no desenvolvimento da
coloração azul-intensa típica. Para cada 6 unidades de glicose ligadas a α- (1-4) da amilose estabelece-se um
passo as hélice. O aquecimento da solução do amido deve então alterar esta conformação e como
consequência abolir a coloração resultante da interação amilose-iodo. A amilopectina apresenta uma reação
semelhante, mas a formação da hélice fica, em parte, dificultada pelos pontos de ramificação da molécula
[ligações glicosídicas α- (16)]. Por esta razão, a intensidade da cor do complexo amilopectina-iodo é
menor e seu matiz (máximo de absorção) é também diferente (vermelho-violáceo). No glicogênio, ainda
mais ramificado que a amilopectina, este impedimento é maior e a coloração resultante é acastanhada.
QUESTÕES:
1. Qual o princípio da reação de Molish e o que acontece quando a mesma é aplicada a um polissacarídeo?
2. Por que predomina a coloração azul na reação amido+iodo, se o amido é uma mistura de dois
polissacarídeos diferentes?
3. Por que ocorre a precipitação do amido quando, em solução aquosa, é tratado com etanol ou sulfato de
amônio?
Já sabemos que o amido é formado pela combinação da amilose com a
amilopectina. Também sabemos que a amilose forma um complexo azul com o
iodo, enquanto a amilopectina forma um complexo vermelho. Qual será então a
cor do complexo iodo - amido???
O complexo esquematizado ao lado apresenta coloração azul intensa,
desenvolvida pela oclusão (aprisionamento) do iodo nas cadeias lineares da
amilose.
E a interação iodo -amilopectina?
4. Explicar por que o amido, apesar de sua polaridade, pode ser de difícil solubilização em algumas condições.
BIOQUÍMICA
AULA PRÁTICA Nº 3
Data: ___/___/___
TEMA: Pesquisa de açúcares redutores – prova de Benedict
OBJETIVOS: Conhecer e identificar o poder redutor de alguns açúcares.
REATIVOS E MATERIAL:
Solução de amido 1% *
Solução de glicose 1%
Solução de sacarose 1%
Solução de frutose 1% ou suco de uva, maçã e acerola.
Solução de hidróxido de sódio (NaOH) 6N
Ácido sulfúrico (H2SO4) concentrado
Água destilada
Reativo de Benedict **
5 tubos de ensaio
Conta-gotas ou pipeta Pasteur
Pipetas de 1 e 2 mL
* Como o amido é de difícil dissolução, preparar a solução da seguinte maneira: misturar 1 g de amido com 10 mL de água. Derramar a pasta em um recipiente que contenha 100 mL de água fervente. Cessar a ebulição e deixar esfriar e sedimentar. Separar a parte sobrenadante (sem grumos) por decantação. A solução ganha maior estabilidade se for adicionada de 1g de ácido salicílico (1%).
** Preparo do reativo de Benedict: inicialmente, devem ser preparadas duas soluções, em separado, a saber:
TÉCNICA:
Parte I
1. Não se esquecendo de identificar, prepare a seguinte bateria de tubos:
(1) 1 mL da solução de amido
(2) 1 mL da solução de sacarose
(3) 1 mL da solução de glicose
(4) 1 mL da solução de frutose ou 1 mL de suco de uva, maçã e acerola.
(5) 1 mL de água destilada
2. A cada um dos tubos adicionar 2 mL do reativo de Benedict.
3. Aquecer em banho-maria fervente durante 5 minutos.
4. Após esfriar, observar e descrever os resultados.
O aparecimento de um precipitado de coloração vermelho-tijolo indica que os íons Cu2+ do reagente de Benedict foram reduzidos a Cu+, indicando presença de açúcar redutor.
Parte II
1. Transfira para o tubo de ensaio 1 mL da solução de sacarose 1%.
2. Adicione 3 gotas de ácido sulfúrico (H2SO4) concentrado.
3. Ferva durante 1 minuto.
4. Neutralize com 15 gotas de NaOH 6N e adicione 2 mL do reagente de Benedict.
5. Aqueça em banho-maria fervente durante 5 minutos.
6. Após esfriar, compare o resultado obtido com o experimento anterior.
O desenvolvimento de um precipitado de coloração vermelho-tijolo indica que os íons Cu2+ do reagente de Benedict foram reduzidos a Cu+, indicando presença de açúcar redutor.
PRINCÍPIOS TEÓRICOS
Se observamos com mais atenção as moléculas de carboidratos, veremos que alguns possuem um grupamento hidroxila (-OH) livre no carbono 1 de suas moléculas, enquanto outros não.
Observa-se que os açúcares que apresentam a hidroxila livre no C-1 são bons agentes redutores. Por esse motivo a extremidade que contém o -OH passa a ser chamada extremidade redutora e o açúcar, de AÇÚCAR REDUTOR. A capacidade que esses compostos apresentam de reduzir íons metálicos em soluções alcalinas é um bom método de identificação desses compostos.
A reação abaixo esquematiza o princípio da prova de Benedict, baseada na redução de íons Cu2+ a Cu+, com formação de um precipitado vermelho ou amarelo:
* OBS: a reação é feita em meio básico porque, nessa condição, a porcentagem de enedióis é maior. Nessa reação, o aparecimento de um precipitado de coloração vermelho-tijolo indica que os íons Cu2+ do reagente de Benedict foram reduzidos a Cu+, indicando a presença de um açúcar redutor.
QUESTÕES
1. Do que se trata o teste de Benedict?
2. Qual a ação do íon cúprico sobre os carboidratos?
3. Como é indicada a presença de carboidratos redutores?
4. A sacarose é um açúcar redutor? E a glicose e a frutose?
BIOQUÍMICA
AULA PRÁTICA Nº 4
Data: ___/___/___
TEMA: Extração e caracterização de lipídios
OBJETIVOS:
Compreender as propriedades dos triacilgliceróis e como elas influenciam sua solubilização.
Analisar a composição desses lipídios através de reações de saponificação e precipitação.
MATERIAIS:
ovo
óleo de cozinha
Filtro de papel.
Do laboratório
3 béquers de 50 mL cada
1 Placa de petri;
1 funil;
1 Bastão de vidro
Banho-maria;
Ácido acético concentrado 5 mol/L
1 Tubo de ensaio com 12 mL de Acetona - Tubo A
1 Tubo de ensaio com 3mL de Hidróxido de Potássio Alcóolico – Tubo B
1 Tubo de ensaio vazio
TÉCNICA:
Extração de lipídios:
Abrir o ovo separando o seu conteúdo em dois béqueres (clara em um, gema em outro) sem romper a membrana que envolve a gema;
Retirar 10 mL da gema do ovo colocando-a em outro béquer (3); (no caso da gema, evitar usar pipeta)
A este recipiente adicionar 08 mL de Acetona;
Com o bastão de vidro homogenizar a solução até a aglutinação do material;
Lavar o béquer 2 (que continha a gema)
Acomodar o filtro de papel no béquer 2 de modo a permitir a filtragem do material do béquer 3;
Passar mais 4mL de acetona pelo filtro;
Transferir todo o material filtrado para a placa de petri;
Colocar a placa, já com o material no banho-maria até a evaporação da acetona;
Registrar o ocorrido ao material em cada uma das etapas do processo.
Saponificação:
Despejar o conteúdo do tubo B(KOH alc.) na placa de Petri
Retornar ao tubo B os lipídios extraídos na etapa anterior (para melhor resultado, utilizar 1mL de óleo de cozinha ). Utilizar um funil para tal transferência;
Aqueça o tubo a aprox. 90oC por 30 minutos;
Registrar os dados.
Análise de características de sabões:
Adicionar 2mL de água ao Tubo B;
Transferir 3mL da solução do Tubo B para o Tubo C;
Agitar o Tubo B ;
Registrar o ocorrido;
Adicionar 2mL de Ácido Acético concentrado ao Tubo C, gota a gota;
Registrar o ocorrido.
PRINCÍPIOS TEÓRICOS
Dentre os lipídios mais abundantes na natureza encontramos os óleos e as gorduras. Essas
substâncias são formadas a partir da associação de uma molécula de glicerol com três unidades de ácidos
graxos (AG). Por esse motivo, os óleos e as gorduras são ésteres de glicerol ou, ainda, triglicerídeos (TG) e
triacilglicerídeos.
Se os triglicerídeos são formados por ácido graxos, é fácil concluir que o processo inverso, a
hidrólise, de um TG origina uma mistura de ácidos graxos. A hidrólise do óleo de soja, por exemplo, fornece
uma mistura de diferentes ácidos graxos:
Uma maneira de conseguir a "quebra" da molécula do TG em seus ácidos graxos é através do
tratamento com soluções alcalinas concentradas a quente. Essa reação tem como resultado a liberação do
glicerol e formação de sais de ácidos graxos, originados pela incorporação do sódio à molécula de ácido
graxo. Esses sais são os SABÕES e a reação é denominada SAPONIFICAÇÃO, que é a via de fabricação
dos sabões encontrados comercialmente. Veja um exemplo de sabão que pode ser formado a partir da
hidrólise do tripalmitil-glicerol, um dos constituintes do óleo de soja:
O exemplo acima demonstra a formação de um sal de sódio. Os sabões constituídos por sais de sódio
(Na+) e de potássio (K+) são solúveis. Em contrapartida, os sais de cálcio (Ca2+) e magnésio (Mg2+),
formados a partir da reação do lipídeo com Ca(OH)2 e Mg(OH)2, respectivamente, são insolúveis e
precipitam. A precipitação é muito útil no processo de purificação dos sabões e também pode ser feita por
adição de ácido forte (como o HCl) ou cloreto de sódio (NaCl).
Qual é a importância dos sabões para a nossa vida diária?
Se observarmos bem molécula de um sabão, veremos que ela é constituída por duas porções que
apresentam características distintas:
Por ser formada por íons, a extremidade carboxílica do sabão é altamente polar e, por esse motivo,
tende a se dissolver em água. Podemos dizer que essa porção da molécula possui caráter hidrofílico (que
significa ávido por água). Em contrapartida, a longa cadeia carbônica (a unidade -CH2 se repete 14 vezes!!!)
apresenta acentuado caráter apolar, sendo denominada porção hidrofóbica da molécula (hidrofóbico significa "avesso" à água). A essas moléculas, que apresentam caráter hidrofílico e hidrofóbico, polar e apolar, ao mesmo tempo, dá-se o nome de anfóteras. Elas podem ser representadas da seguinte forma:
Quando um sabão entra em contato com a água, as porções hidrofóbicas de suas moléculas assumem uma conformação que as protege do contato com as moléculas de água (altamente polares). A essa conformação dá-se o nome de MICELA.
As moléculas que apresentam caráter anfótero, então, podem interagir simultaneamente com a água e com substâncias de caráter hidrofóbico, como as gorduras e os óleos.
PARA PENSAR: Com a ajuda das moléculas anfóteras, é possível unir água e óleo numa mistura homogênea?
QUESTÕES:
1. Por que se utiliza etanol na reação de saponificação?
2. Explicar a ação detergente dos sabões.
3. Explicar o processo de solubilização dos lipídios.
4. Explicar o mecanismo da reação de saponificação.
BIOQUÍMICA
AULA PRÁTICA Nº 5
Data: ___/___/___
TEMA: Propriedades gerais das proteínas – precipitação
OBJETIVOS:
Reconhecer as proteínas como moléculas eletricamente carregadas
Analisar a influência do pH sobre essas cargas
Reconhecer os grupamentos responsáveis pela solubilidade das proteínas em água
Identificar os agentes que podem alterar essa solubilidade
MATERIAIS:
Solução de clara de ovo (solução de proteína)
Solução saturada de sulfato de amônio [(NH4)2SO4]
Solução de cloreto de sódio sólido (NaCl)
Etanol 95% gelado
Acetona gelada
Água destilada
06 tubos de ensaio
pipetas
TÉCNICA:
a) Precipitação de proteínas por adição de sais neutros (efeito da força iônica)
Em um tubo de ensaio, colocar 2 mL da solução de proteínas.
Adicionar, deixando escorrer pelas paredes do tubo, 2 mL da solução de sulfato de amônio.
Observe.
Misture o conteúdo do tubo (por inversão) e anote os resultados.
Repita as etapas anteriores usando NaCl ao invés de (NH4)2SO4. O que você observou?
b) Precipitação por ação do calor (desnaturação)
Colocar 5 mL da solução de proteínas em um tubo de ensaio.
Deixar o tubo em banho-maria fervente por 5 minutos (o tubo também pode ser aquecido direto na chama de um bico de Bunsen).
Retire o tubo do banho, observe e anote os resultados.
c) Precipitação das proteínas por solventes orgânicos
Tome dois tubos de ensaio e coloque, em cada um, 2 mL da solução de proteínas.
Adicionar 4 mL de etanol gelado a cada tubo.
Agite.
Em um dos tubos, coloque uma pequena quantidade de NaCl sólido, sob agitação.
Observe e responda: qual o efeito do álcool sobre a proteína na presença e na ausência do eletrólito?
Adicione 6 mL de água destilada e observe.
Repita as etapas anteriores substituindo o etanol pela acetona.
Compare os resultados.
PRINCÍPIOS TEÓRICOS
Sabe-se que a solubilidade das proteínas em meio aquoso deve-se, em grande parte, à distribuição das cargas elétricas ao longo da molécula. Nesse sentido, se a interação proteína-proteína é grande e a interação proteína - água é pequena, a proteína tenderá a ser insolúvel. Uma das maneiras de promover a precipitação de uma proteína é atingir seu ponto isoelétrico. Porém, existem outros fatores que influem de maneira importante nessa propriedade física das proteínas, como a ação de ácidos, bases, sais e solventes orgânicos. Além disso, podemos incluir a temperatura como um agente que pode ser utilizado para diminuir a solubilidade de uma proteína.
a) Precipitação de proteínas por adição de sais neutros (efeito da força iônica)
Quando adicionamos sais neutros a uma solução, ocorre um aumento da força iônica do sistema. Assim, quando adicionamos pequenas quantidades de sal a uma solução contendo proteínas, as cargas provenientes da dissociação do sal passam a interagir com as moléculas protéicas, diminuindo a interação entre elas. Conseqüentemente, temos um aumento da solubilidade da proteína no meio aquoso. as interações proteína - proteína, favorecendo a solubilidade das mesmas. A esse fenômeno dá-se o nome de "salting-in". Esse efeito, porém, não se estende indefinidamente. Em condições de elevada força iônica, decorrente da adição de grandes quantidades de sal, temos o efeito contrário. O que acontece?
Imagine uma solução aquosa de proteína à qual foi adicionada uma certa quantidade de sal neutro. A água, que apresenta um grande poder de solvatação, passa a interagir com as duas espécies: as proteínas e os íons provenientes da dissociação do sal. Porém, as moléculas de água apresentam maior tendência de solvatação de partículas menores (nesse caso, os íons). As moléculas de água, ocupadas em sua interação com os íons, "abandonam" a estrutura protéica. Como conseqüência, temos: maior interação proteína-proteína, diminuição da solubilidade em meio aquoso e, conseqüentemente, precipitação da proteína. A esse fenômeno de insolubilização da proteína em decorrência de um considerável aumento da força iônica do meio dá-se o nome de "salting-out".
A precipitação de proteínas pela alta concentração de sais é um processo muito importante para a separação de misturas complexas de proteínas, uma vez que a concentração de sal necessária para precipitação é diferente para cada proteína.
b) Precipitação por ação do calor (desnaturação)
As proteínas possuem uma estrutura tridimensional (conformação) bem definida, da qual dependem fundamentalmente suas propriedades físicas, químicas e biológicas. Essa estrutura é relativamente sensível à ação do calor, que causa desorganização das cadeias peptídicas, com conseqüente alteração conformacional. Esse fenômeno recebe o nome de desnaturação, e altera as estruturas quaternária, terciária e secundária da proteína sem afetar sua estrutura primária.
A desnaturação promove alterações que diminuem a solubilidade da proteína, levando à sua precipitação. Essa precipitação é máxima no ponto isoelétrico da proteína e pode sofrer alterações pela adição de sais.
c) Precipitação das proteínas por solventes orgânicos
A solubilidade das proteínas em solventes orgânicos é menor do que em água. Isso acontece porque a capacidade de interação com as partículas de soluto é diferente para cada solvente. A grandeza que mede a capacidade de interação do solvente com o soluto é denominada constante dielétrica. A água apresenta constante dielétrica bastante elevada (aproximadamente 80). Mas o que isso quer dizer?
Vamos utilizar novamente a imaginação. Numa solução contendo, exclusivamente, água e moléculas protéicas temos: interação água - proteína e interação proteína-proteína. Nesse caso, podemos afirmar com certeza que o primeiro tipo de interação prevalecerá sobre o segundo porque a água possui grande capacidade de separação das partículas do soluto (constante dielétrica elevada). Para os solventes orgânicos a situação é um pouco diferente... Como esse tipo de solvente apresenta valor de constante dielétrica bem inferior à da água, a interação proteína-proteína "vence" o poder de solvatação da água (interação água-proteína). A proteína precipita.
A precipitação por solventes orgânicos depende muito da temperatura. Os solventes orgânicos, quando utilizados a temperaturas baixas, são bastante úteis na separação de misturas de proteínas. A temperaturas mais elevadas esses solventes podem levar à desnaturação por rompimento das pontes de hidrogênio e estabelecimento de interações apolares, importantes na manutenção da conformação protéica.
QUESTÕES
1. Ao adicionar a solução saturada de sulfato de amônio à solução de proteína, o que pôde ser observado? E ao adicionarmos o cloreto de sódio?
2. Como poderíamos relacionar o resultado final da adição dos dois sais neutros à solução de proteína das questões anteriores?
3. Como se dá o processo de desnaturação em moléculas biológicas, como por exemplo, nas moléculas de proteínas?
4. Qual o efeito do álcool sobre a proteína na presença e na ausência do eletrólito? E a acetona?
5. Por que se utilizou a água destilada no experimento de “Precipitação das proteínas por solventes orgânicos”?
6. No experimento mencionado na questão anterior, após a adição da acetona e, em seguida, do sal, ocorreu uma maior precipitação da proteína comparada com a adição do álcool? Justifique.
7. Relacione a prática realizada com o conteúdo visto em aula teórica sobre o metabolismo de proteínas.
BIOQUÍMICA
AULA PRÁTICA Nº 6
Data: ___/___/___
TEMA: Cada tipo de azeite tem uma acidez
OBJETIVO:
Analisar a qualidade do azeite e seu teor de acidez e pureza
MATERIAIS:
Margarina Óxido de cálcio (conhecido comercialmente como cal)
Óleo de soja Amostras de azeite de oliva de marcas variadas
Água destilada Papel de tornassol
Tintura de iodo Fenolftaleína
Béqueres Indicador universal
Tubos de ensaio Escala de cores para leitura dos valores de pH
Amostras de terra de diferentes procedências
TÉCNICA:
Misture pequenas amostras de solo e água destilada em béqueres diferentes. O material deve ser agitado e deixado em repouso até que a terra se deposite no fundo do recipiente. O próximo passo é uma filtração simples para separar a terra da água. Feito isso, use os indicadores químicos para analisar com a turma se a água de lavagem tornou-se ácida ou básica. Para a operação ser mais precisa, sugira que o valor de pH seja medido com o indicador universal, acompanhado da escala de cores.
Se os resultados das misturas forem excessivamente ácidos (menores do que 4), realize uma calagem (adubagem), utilizando o óxido de cálcio para corrigir a terra das amostras. Examine a reação química ocorrida entre os íons H+ e OH-, descrevendo-a no quadro e mostrando a neutralização. Explore outra possibilidade: utilizar quantidades de cal que não neutralizam a reação, mas permita que o pH continue ácido, só que com valores superiores a 4.
Para concluir, realize um teste colorimétrico para comprovar os benefícios do consumo de azeite. Reserve três tubos de ensaio e coloque em cada um, respectivamente, 2 mililitros de óleo, azeite e margarina. Adicione algumas gotas da tintura de iodo.
PRINCÍPIOS TEÓRICOS
Os produtores de azeite de oliva que nos perdoem, mas pureza é fundamental. E pureza, nesse caso, traduz-se em baixa acidez. Utilize a reportagem "A Sofisticação das Saladas" como ponto de partida para duas experiências sobre as propriedades químicas desse condimento milenar.
O azeite apresenta uma quantidade significativa de ácido graxos insaturados, o que permite um teste simples. Já a margarina não possui insaturações, pois passa por um processo de hidrogenação catalítica (os átomos de hidrogênio ligam-se aos de carbono, rompendo as duplas ligações e tornando-as simples).
O consumo do azeite de oliva proporciona muitos benefícios ao organismo humano. O maior deles é a absorção das chamadas vitaminas lipossolúveis (A e D), responsáveis pela prevenção contra as doenças cardiovasculares. Regar a salada com um bom azeite também evita o raquitismo e mantém a pele saudável. Além disso, a riqueza de vitamina E confere ao tempero um grande poder oxidante, o que impede a formação de radicais livres em nosso corpo e atrasa o processo de envelhecimento. O azeite é ainda um estimulante
natural das vias biliares, pois permite uma secreção suave da bílis para o duodeno durante as refeições, melhorando a digestão e o funcionamento do intestino.
QUESTÕES
1. Por que a coloração castanha vai sumindo mais rapidamente no azeite? Explique.
2. Por que o azeite é mais saudável que a margarina?
BIOQUÍMICA
AULA PRÁTICA Nº 7
Data: ___/___/___
TEMA: Titulação da acidez do ácido acético
OBJETIVOS
Realizar corretamente manipulações de laboratório (Volumetria).
Estudar o comportamento de alguns indicadores em meios ácidos
MATERIAIS E REATIVOS
Bureta de 25 mL.
Erlenmeyer de 125 mL.
Suporte universal.
Garra.
Pipeta volumétrica de 5mL.
NaOH 0,1 N.
Água destilada.
Ácido Acético diluído (CH3COOH).
Fenolftaleína a 1% (solução alcoólica).
TÉCNICA
Encher uma bureta de 25 mL com a solução de NaOH 0,1 N, lave-a antes com pequenas porções da solução.
Pipetar exatamente 20 mL de solução de CH3COOH de concentração desconhecida em um Erlenmeyer de 125 mL, usando pipeta volumétrica. Adicionar 20 mL de água destilada e três a cinco gotas de Fenolftaleína a 1%.
Titular com o NaOH da bureta, agitando sempre, até o aparecimento de uma coloração rósea, que persiste por, no mínimo, vinte segundos. Anotar o volume de NaOH gasto.
Fazer mais titulações até que a dispersão seja menor do que 0,2 % e registrar os dados obtidos.
Determinar a concentração da solução de CH3COOH.
PRINCÍPIOS TEÓRICOS
ÁCIDOS:
São substâncias que, em meio aquoso, produzem o cátion H.
São solúveis em água.
Possuem sabor azedo.
Possuem estrutura molecular.
Têm alto poder corrosivo.
Reagem com metais.
Conduzem corrente elétrica somente em meio aquoso.
Alteram a cor de certos indicadores.
BASES:
São substâncias que, em meio aquoso, produzem o ânion OH-.
São chamadas de Hidóxidos.
São solúveis em água (metais 1A e 2A).
Possuem sabor adstringente ou amargo.
Possuem estrutura iônica (metais 1A e 2A).
Conduzem corrente elétrica em meio aquoso ou fundidas.
Diminuem a acidez das soluções.
Alteram a cor de certos indicadores.
QUESTÕES
1. Qual o papel do NaOH no experimento?
2. Qual a função da fenolftaleína no experimento?
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