Procedimento
Operacional Padrão
ASPIRAÇÃO DE SECREÇÕES DAS VIAS AÉREAS
INFERIORES
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Conceito: Remoção de secreções das vias aéreas inferiores pelo
método de sucção em sistema aberto.
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Responsável pela
prescrição
Enfermeiro, Fisioterapeuta e
Médico
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Responsável
pela execução
Enfermeiro, Fisioterapeuta,
Médico, Técnico de enfermagem e Acadêmicos de enfermagem, fisioterapia e de
medicina sob supervisão do professor e/ou responsável
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Finalidade
·
Prevenir
infecções e obstruções respiratórias.
·
Promover
conforto.
·
Permitir a
melhoria da ventilação e oxigenação.
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Indicação
Cliente com cânula de traqueostomia ou tubo endotraqueal
na presença de:
§
secreções
visíveis na cânula e de sons audíveis durante a respiração.
§
sons adventícios
(roncos) detectados na ausculta pulmonar.
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Contra-indicação/Restrição
Não
se aplica
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Materiais
§
bolsa ventilatória
manual (AMBU) conectada ao sistema de
oxigênio (extensão de silicone/látex, fluxômetro de oxigênio, copo
umidificador com água destilada), se necessário.
§
frasco coletor
intermediário contendo solução padronizada pela instituição
§
frasco
redutor de pressão
§
2 extensões de
silicone/látex esterilizadas
§
oxímetro de
pulso
§
Equipamentos de
Proteção Individual (EPI) (luvas esterilizadas, luvas de procedimento, óculos
de proteção e máscara cirúrgica)
§
compressa
esterilizada
§
cateter para
aspiração – medindo um terço do calibre interno da cânula (adulto- 12 e 14 fr1. criança – dependerá do peso e da
idade)
§
frasco de soro
fisiológico (SF) 0,9% de 100ml
§
gazes
esterilizadas
§
seringa de 5 ml
com 5 ml de SF 0,9%, se necessário
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Descrição
dos procedimentos
1- Higienizar as mãos.
2- Conectar o frasco redutor de pressão no sistema de
vácuo.
3- Conectar uma das extremidades da extensão de
silicone na saída do frasco redutor.
4- Adaptar a outra extremidade da extensão no suspiro
curto do frasco coletor intermediário.
5- Adaptar uma das extremidades de uma outra extensão
de silicone no suspiro longo do frasco coletor intermediário e a outra
extremidade, protegê-la com envólucro esterilizado.
6-
Ligar o
sistema de aspiração e verificar se a pressão está entre
7-
Confirmar o bom funcionamento do oxímetro de pulso.
8-
Conectar o AMBU ao sistema de oxigênio.
Descrição dos procedimentos
1. Explicar o procedimento a ser realizado e a sua
finalidade ao familiar e realizar exame físico específico.
2. Higienizar as mãos.
3. Reunir os materiais necessários e encaminhá-los a
unidade.
4. Colocar os materiais sobre a mesa de cabeceira.
5. Colocar o biombo ao redor do leito, se necessário.
6. Colocar o cliente na posição de fowler ou
semi-fowler, se não contra-indicado.
7. Paramentar-se com os EPIs.
8. Solicitar ao profissional auxiliar que abra o pacote
de gazes e da compressa estéril e a do frasco de solução fisiológica e que
ligue o sistema de vácuo.
9. Colocar a compressa esterilizada sobre o tórax e
colocar as gazes esterilizadas sobre essa.
10. Solicitar ao profissional auxiliar que abra a
embalagem do cateter de aspiração na extremidade que fica a válvula de
controle de pressão.
11. Retirar o cateter da embalagem com a mão dominante,
enrolando-o na mão.
12. Solicitar ao profissional auxiliar pegar a extensão
de silicone.
13. Conectar o cateter à extensão de silicone com a mão
não-dominante.
14. Levantar a mão não-dominante o suficiente para
desenrolar o cateter na mão dominante.
15. Solicitar ao profissional auxiliar que desconecte o
intermediário da cânula, sem encostar a extremidade de encaixe em qualquer
outra superfície.
16. Ocluir a válvula de controle do cateter ou dobrar a
extensão de silicone com o polegar da mão não-dominante.
17. Introduzir o cateter pela cânula até sentir
resistência, e logo em seguida, recuar um centímetro.
18. Desocluir a válvula do controle do cateter ou
desdobrar a extensão de silicone da mão não-dominante.
19. Aplicar sucção fazendo movimentos rotatórios, no
máximo por 10 segundos e retirar o cateter da cânula.
20. Solicitar ao profissional auxiliar que conecte a
conexão do ventilador mecânico à cânula.
21. Retirar a secreção retida na parte externa do
cateter utilizando a gaze esterilizada que esta sob o tórax do cliente.
22. Solicitar ao
profissional auxiliar que pegue o frasco de SF 0,9%.
23. Introduzir a extremidade do cateter no interior do
frasco de SF 0,9%, sem encostar em qualquer outra superfície, e aspirar a sua
solução até a remoção das secreções retidas internamente no cateter.
24. Aguardar de três a cinco ventilações ou mais tempo,
quando a saturação de oxigênio (SO2) não alcançar o valor esperado.
25. Repetir, no máximo, 3 vezes a aspiração, utilizando
o mesmo cateter, seguindo os passos de 15 a 24.
26. Aspirar as vias aéreas superiores, conforme
“Procedimento Operacional Padrão “Aspiração de vias aéreas superiores”.
27. Adaptar a extensão de silicone/látex ao gargalo do
frasco do SF até a sucção completa da solução restante.
28. Solicitar ao profissional auxiliar que desligue o
sistema de aspiração.
29. Recolher os materiais.
30. Retirar os EPIs.
31. Recompor a unidade e o cliente.
32. Colocar o cliente em posição, confortável, adequada
e segura.
33. Dar destino adequado aos materiais e encaminhar os
descartáveis, ao expurgo.
34. Higienizar as mãos.
35. Proceder as anotações de enfermagem no prontuário do
cliente constando: descrição da quantidade e das características da secreção
aspirada e presença de ocorrências adversas e medidas tomadas.
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Justificativas
1-8.
Montagem do equipamento para a aspiração.
Justificativas
1. Diminuir a ansiedade e favorecer a colaboração do
cliente.
2. Evitar a transmissão de microrganismos.
3. Economizar tempo.
4. Favorecer a realização do procedimento.
5. Promover a privacidade do cliente.
6. Facilitar a expansão pulmonar e a realização do
procedimento.
7.
Promover a proteção
individual.
8.
Garantir o procedimento
asséptico.
9.
Favorecer e
garantir o procedimento asséptico.
10.Favorecer e garantir o procedimento asséptico.
11. Evitar encostar o cateter em superfícies
contaminadas.
12. Favorecer e garantir a execução do procedimento
asséptico.
13. Favorecer e garantir a execução do procedimento
asséptico.
14. Evitar encostar o cateter em superfícies
contaminadas.
15. Garantir procedimento asséptico e permitir acesso do
cateter à cânula.
16. Evitar traumas na inserção do cateter.
17. Posicionar o cateter no local correto e evitar
traumas na mucosa durante a introdução do cateter.
18. Permitir a aspiração das secreções.
19. Facilitar a retirada de secreções, minimizando
traumas e hipóxia.
20. Garantir procedimento asséptico e oferecer suporte
ventilatório entre as aspirações para prevenir hipóxia.
21. Remover
secreções contidas externamente no tubo.
22. Garantir procedimento asséptico.
23. Remover as secreções contidas no interior da cânula
e extensão.
24. Corrigir a hipóxia entre as aspirações.
25. Maximizar a remoção de secreções, sem agredir a
mucosa traqueal e diminuir o risco de hipóxia.
26. Remover as secreções da cavidade oral e da oro e
nasofaríngea.
27. Remover a secreção retida na extensão de
látex/silicone.
28. Finalizar o procedimento.
29. Promover ambiente favorável.
30. Evitar a transmissão de microrganismos.
31. Promover ambiente favorável e privacidade ao
cliente.
32. Promover conforto e segurança.
33. Promover ambiente favorável e dar destino adequado
aos materiais.
34. Promover proteção individual e evitar a transmissão
de microrganismos.
35. Promover qualidade à documentação e atender à
legislação.
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Intervenções
de enfermagem/Observações:
§
Avaliar as
condições respiratórias do cliente para o aprazamento das aspirações.
§
Deixar
instalado o AMBU no sistema de
oxigênio umidificado (12 a 15 litros/min em adultos) e, utilizá-lo caso o
cliente apresente desconforto respiratório e permanência da hipóxia entre as
aspirações, mesmo após a conexão da cânula ao ventilador. O AMBU deverá ter,
preferencialmente, reservatório. O uso do AMBU não é indicado como primeira
opção para hiperoxigenação com hiperinflações entre as aspirações, pois
provocam aumentos significativamente maiores da pressão arterial média, do
débito cardíaco e da pressão nas vias aéreas quando comparado ao uso do
ventilador.
§
Realizar,
sempre, o procedimento de aspiração de vias aéreas inferiores em clientes
entubados com dois profissionais. O profissional auxiliar deverá estar
paramentado com luvas de procedimento, máscara cirúrgica e óculos protetor.
§
Aplicar
estratégias para evitar a formação de rolhas, tais como: hidratação do
cliente, umidificação pelo ventilador mecânico e nebulização com soro
fisiológico de
§
Evitar instilar
soluções na cânula de aspiração e ventilar com o AMBU concomitantemente, com
intuito de fluidificar secreções, pois esse procedimento desloca
microrganismos e rolhas de dentro do tubo para brônquios e bronquíolos.
§
Evitar instilar
SF 0,9% na cânula durante a aspiração, a não ser que a secreção permaneça
espessa após a nebulização. Caso seja indicada a instilação, fazê-la
utilizando, no máximo, 2 ml.
§
Desprezar as
secreções contidas no frasco coletor intermediário e lavá-lo ao final de cada
plantão, preenchendo-o, posteriormente, com solução padronizada pela
instituição.
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Referência Bibliográfica
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http://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/rr5303a1.htm>. Acesso em: < 21
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