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sábado, outubro 29, 2011

EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA ENFERMAGEM DIANTE A SAÚDE MENTAL E PSIQUIÁTRICA


FACULDADE ESTÁCIO DE ALAGOAS
CURSO DE ENFERMAGEM








EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA ENFERMAGEM DIANTE A SAÚDE MENTAL E PSIQUIÁTRICA






Maceió
2011


César Oliveira da Silva
Dayse Belo Souza
Eliane Jatobá de Macêdo Soares
Flavia Cardoso dos Santos
Francisco Joilsom Carvalho Saraiva
Lívia Alexandre Araújo
Luiza Feitosa Cavalcante
Manoel Messias da Silva
Thaline Roberta Souza Amorim




EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA ENFERMAGEM DIANTE A SAÚDE MENTAL E PSIQUIÁTRICA


Trabalho apresentado à Faculdade Estácio de Alagoas, como requisito para obtenção da Av2, na disciplina de Ética e Deontologia.Orientadora: Prof(ª). Regina Nunes



Maceió
2011

SUMÁRIO


Introdução --------------------------------------------------------- 04
Desenvolvimento ---------------------------------------------------- 05
Objetivos ---------------------------------------------------------- 06
Papel do Enfermeiro ------------------------------------------------ 07
A organização do Setor de Terapêutica Ocupacional--------------------07
Do ateliê de pintura ao museu de imagens do inconsciente-------------09
Teoria e clínica na terapêutica ocupacional de Nise -----------------12
Conclusão ---------------------------------------------------------- 19
Referências -------------------------------------------------------- 20
















Introdução

A Reforma Psiquiátrica brasileira, iniciada na década de 1980, implementou novas propostas e possibilidades de assistência ao cliente com sofrimento psíquico, assegurando o exercício de seu direito a cidadania. A reorganização do modelo de assistência psiquiátrica no Brasil se deu através da construção de uma rede de assistência extra-hospitalar que permitisse ao paciente psiquiátrico ser cuidado, também, em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).
Com a Reforma Psiquiátrica em termos mundiais, vem sendo gradativamente substituídos por pequenos hospitais e/ou enfermarias especializadas no tratamento de psiquiatrias, sejam em hospitais gerais, no caso de doentes graves ou em crise ou em pequenos hospitais, autorizados por lei específica, comuns nos Estados Unidos da América do Norte, Europa e China. Os doentes com quadros leves a moderados são acompanhados em ambulatórios hospitalares e de acordo com a atual política de saúde, devidamente regulamentada por lei, devem viver em e na própria sociedade, para promover a reinserção social, como no Brasil existia pela constituição brasileira de 1946, derrubada pela constituição brasileira de 1988.
Existem vários tipos de locais para internação psiquiátrica: "clínicas hospitalares", que tiveram sua existência devidamente regulamentada no Brasil, antes da constituição federal de 1988, ou seja de 1946 à 1988, enfermarias hospitalares, em hospitais gerais e manicômio judiciário para doentes que exibem periculosidade ou criminosos com diagnóstico de doença mental.
Na saúde mental, prelecionam que os aspectos psicoemocionais são desadaptações ao meio, com alguns fatores predisponentes permeando o ciclo desses desequilíbrios, a saber: perdas sofridas; sentimentos de desamparo; eventos que levam à depressão e luto; manias e/ou mecanismos de compensação.



EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA ENFERMAGEM DIANTE A SAÚDE MENTAL E PSIQUIÁTRICA


Nos dias de hoje as populações estão ficando cada vez mais vulneráveis no que se refere aos aspectos da saúde mental, pois embora se viva em constante estresse, inexistem as preocupações relacionadas às maneiras de manter uma boa qualidade de vida. O cotidiano das pessoas no emprego, no lar, no casamento, no ambiente em que vive, enfim, exige o confronto com constantes períodos de estresse e frustrações que provocam, muitas vezes, reações agressivas junto aos entes queridos ou cônjuges, como forma de descarregar os problemas mal resolvidos, podendo também ocorrer abandono do emprego, tudo devido à falta de equilíbrio entre corpo, mente e espírito, gerando ansiedade e incapacidade de enfrentar situações desgastantes.
Nas palavras de o processo de enfermagem utilizado adequadamente na abordagem do doente mental oferece ordem e direcionamento ao cuidado prestado, constituindo-se na essência da prática da enfermagem, como instrumento e metodologia para auxiliar o enfermeiro na tomada de decisões, uma vez que propicia prever e avaliar as consequências das intervenções, oferecendo, assim, ao doente mental, o que de fato é responsabilidade da profissão, o pano de fundo para uma boa prática profissional. Portanto, o enfermeiro, ao utilizar o processo de enfermagem (enfocando o diagnóstico de enfermagem), tem subsídios para as intervenções na problemática dos aspectos psicoemocionais apresentados pelos doentes mentais. Estas intervenções podem sofrer uma estruturação a partir dos mais frequentes diagnósticos de enfermagem encontrados, a fim de reverter um quadro de desequilíbrio psicoemocional instalado e, ainda, promover a saúde mental.
A Enfermagem Psiquiátrica era vista pela sociedade como aquela que controla, vigia e reprime, onde o cuidar deveria apenas basear-se em prestar cuidados físicos e exercer vigilância sobre o paciente psiquiátrico, era realizada a segregação do doente em uma instituição total e com a sua interdição legal, onde este doente foi colocado à margem da sociedade como um ser incapaz de pertencer a ela. Incluindo o controle à liberdade de expressão, ao direito de ir e vir, de escolher e decidir sobre a sua própria vida, sendo qualificado como doente mental e sob tutela médica.
O louco era visto como alienado, onde o tratamento consistia em transformá-lo em não louco, visando enquadrá-lo em padrões morais aceitáveis. No tratamento objetivava-se fazer o doente reconhecer sua culpa e para tal eram usados recursos como fazer o doente sentir medo, além de usar métodos punitivos e técnicas disciplinares.
Com o advento da Reforma, da Luta Antimanicomial e com o processo de Desinstitucionalização que as novas medidas passaram a ser adotadas, acreditando-se que é preciso recuperar o doente, reintegrando-o na sociedade e reconstruindo sua cidadania. As práticas adotadas anteriormente passaram a ser revisadas e os profissionais atuantes, entre eles a enfermagem, iniciaram um processo de reciclagem adotando uma nova concepção em busca da realização de mudanças.
É importante atentarmos para um modelo de cuidado psiquiátrico em transformação, que, segundo Miranda et al, dos anos 50 a 80 foram realizados, pela maior parte da enfermagem psiquiátrica brasileira, através das frestas das janelas, dos nós das amarras e da solidão da clausura dos grandes hospitais. Dos 90 até o momento atual, pode-se dizer que o cuidado se encontra em profunda transformação pautado no movimento da Reforma Psiquiátrica Brasileira, influenciando a produção científica na área a rediscutir os conceitos e práticas que movem o cotidiano da assistência.

Objetivos
• Compreender o processo de saúde mental e as alterações comportamentais no contexto da experiência humana de saúde;
• Desenvolver competências clínicas de natureza conceptual e instrumental;
• Estabelecer competências de elaboração e execução de projetos de investigação; Manifestar o comportamento crítico em relação à saúde física e mental do paciente, através de recursos teóricos, técnicos, sociais, políticos e culturais;
• Prestar assistência sistematizada de Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica, através de ações integradas de promoção, recuperação e reabilitação de saúde; Habilidade e prática de enfermagem nas situações de emergência a pacientes no período de internação hospitalar.







Papel do Enfermeiro

• Coordenar a equipe de enfermagem;
• Fazer treinamento e reciclagem da equipe de enfermagem;
• Realizar reunião e discussão técnica com a equipe de enfermagem;
• Orientar e supervisionar a equipe quanto a anotação;
• Orientar ao cliente e família sobre assistência;
• Fazer planejamento da assistência de enfermagem;
• Prescrever a assistência de enfermagem;
• Fazer, orientar, supervisionar e avaliar a assistência de enfermagem.

A organização do Setor de Terapêutica Ocupacional

Em meados da década de 1940, quando Nise da Silveira iniciou seu trabalho no Centro Psiquiátrico Nacional - hoje Centro Psiquiátrico Pedro II, do Rio de Janeiro -, a polarização que existia nas primeiras décadas do século, e que dividia a psiquiatria entre as práticas ergoterápicas e o desenvolvimento de bases científicas e orgânicas, se havia desfeito. A ergoterapia fora condenada ao limbo e as práticas correntes baseavam-se em eletrochoques, lobotomias e, posteriormente, em terapia química e medicamentosa. Nise opôs-se frontalmente a tais procedimentos, colocou-se desde o início num embate contra a psiquiatria de seu tempo. Para ela, a vida psíquica deveria ser pensada como processo constante de interação com aquilo que cerca cada ser humano. A psicopatologia, numa dimensão fenomenológica, consistiria em planos de experiência, em modos de existência e de estar no mundo. Seu interesse era penetrar no mundo interno dos esquizofrênicos, aproximar-se deles, conhecer-lhes a dor e, ao mesmo tempo, melhorar suas condições de vida. Para isso, passou a gerenciar um setor sem recursos no Centro Psiquiátrico Nacional, o Setor de Terapêutica Ocupacional, considerado, na época, um método destinado a apenas 'distrair' ou contribuir com a economia hospitalar.
Para enfrentar a psiquiatria, seguiu este outro caminho, o da Terapêutica Ocupacional e, para sustentar essa opção, Nise se propôs a fortalecer esse método e dar-lhe fundamentação científica, transformando-o em um campo de pesquisa. Assim, buscou construir uma terapêutica ocupacional com características científicas, imprimindo ao trabalho uma orientação própria: sua preocupação era de natureza teórica e clínica. Durante os 28 anos em que dirigiu o Setor de Terapêutica Ocupacional e Reabilitação (STOR) no Centro Psiquiátrico Pedro II (1946-1974), diversas pesquisas foram desenvolvidas com o intuito, entre outros, de: registrar os resultados obtidos com a utilização de atividades; comprovar a eficácia dessa forma de tratamento; investigar efeitos nocivos dos tratamentos psiquiátricos tradicionais; comprovar capacidades criativas e de aprendizado dos esquizofrênicos. Nesse período, foram desenvolvidos, progressivamente, dezessete núcleos de atividades: encadernação, marcenaria, trabalhos manuais, costura, música, dança, teatro, etc., nos quais procuravam-se oferecer atividades que estimulassem o fortalecimento do ego dos pacientes, a progressiva ampliação do relacionamento com o meio social, e que servissem como meio de expressão. Nise acreditava que "se houver um alto grau de crispação da consciência, muitas vezes, só as mãos são capazes de fantasia" (Jung apud Silveira, 1981, p.102).
Nos atendimentos que realizava, Nise procurava criar um clima de liberdade, sem coação, no qual, por meio de diversas atividades, os sintomas pudessem encontrar oportunidade para sua expressão e, como ela dizia, serem despotencializados. Para ela: "o exercício de múltiplas atividades ocupacionais revelava que o mundo interno do psicótico encerra insuspeitadas riquezas e as conserva mesmo depois de longos anos de doença, contrariando conceitos estabelecidos" (Silveira, 1981, p.11).
O Centro Psiquiátrico tinha 1.500 pacientes hospitalizados, normalmente abandonados no pátio do hospital. Os ateliês atraíam, para seus setores, pessoas com uma experiência cotidiana de uma vida vazia e sem sentido. Era o início de uma luta por uma série de transformações no ambiente hospitalar e nas formas de tratamento dos pacientes. Nise afirmava que o hospital colaborava com a doença e acreditava que caberia à terapêutica ocupacional parte importante na mudança desse ambiente. O número de pacientes que freqüentavam o setor era reduzido, devido talvez "a não aceitação pelos psiquiatras das ocupações como agentes terapêuticos" (Silveira, 1981
A articulação entre o STOR e os outros serviços médicos era tênue: os psiquiatras não indicavam a seus pacientes esse tratamento e aqueles que vinham ao Setor o faziam por iniciativa própria ou por serem convidados por algum monitor. O desinteresse por parte da psiquiatria teria sido, também, responsável pelo fechamento de várias oficinas.

Do ateliê de pintura ao museu de imagens do inconsciente

Entre os vários núcleos de atividade, havia o ateliê de pintura. Segundo Mavignier (2000), que a essa época trabalhava em um setor administrativo do Hospital, foi em uma exposição de trabalhos manuais do STOR que ele propôs a Nise da Silveira a organização de um ateliê de pintura para os internos. Como a idéia vinha de encontro a um antigo projeto da doutora, Mavignier solicitou sua transferência para lá e, juntos, trabalharam no sentido de implementá-la. O Ateliê de Pintura cedo se destacou e adquiriu posição especial, passando a receber um investimento diferenciado por parte da psiquiatra. Nise afirmava que todas as atividades realizadas no Setor de Terapêutica Ocupacional eram expressivas, mas observou, nos freqüentadores do ateliê de pintura, "a existência de uma pulsão configuradora de imagens sobrevivendo mesmo quando a personalidade estava desagregada" (Silveira, 1992

O acompanhamento dos ateliês de pintura e modelagem proporcionou a Nise uma maior compreensão do dinamismo psíquico presente na esquizofrenia e, também, reflexões constantes sobre as condições do tratamento psiquiátrico e da hospitalização. As dificuldades encontradas a conduziram a estudos apaixonantes, muitas vezes articulados a outros campos do conhecimento, como a arte, a psicologia, a mitologia e a literatura. Para ela, "a criatividade é o catalisador por excelência das aproximações de opostos. Por seu intermédio, sensações, emoções, pensamentos, são levados a reconhecerem-se entre si, a associarem-se, e mesmo tumultos internos adquirem forma" (Silveira, 1981, p.11).
Nise foi surpreendida pela quantidade de trabalhos produzidos e pela manifestação de criatividade que resultava na produção de pinturas em número incrivelmente grande, num contraste com a atividade reduzida de seus autores fora dos espaços de ateliê. A qualidade de muitos desenhos, pinturas e modelagens fascinavam e entusiasmavam a psiquiatra e o monitor do ateliê de pintura. Mavignier estava ali, segundo seu próprio relato, como pintor, e não como psiquiatra. Tinha interesse "nos artistas a descobrir, procurando-os nos pátios e nas enfermarias do hospital" (Mavignier, 2000, p.247).

Sua presença contribuía, também, para dar um caráter de verdadeiro ateliê de pintura ao espaço, colaborando com conhecimentos técnicos, sobre os materiais e com sua sensibilidade estética. Além disso, Mavignier teve um papel fundamental nos desdobramentos que o trabalho veio a ganhar, pois foi o primeiro elo entre a experiência no Engenho de Dentro e o grupo de artistas plásticos cariocas que, como ele, estavam se iniciando no campo das artes plásticas, entre eles, Abraham Palatnik e Ivan Serpa. Juntos montaram e ordenaram as primeiras séries de desenhos e pinturas.
A quantidade e qualidade dos trabalhos os levaram a organizar a primeira exposição dessas produções, em 1947, no Ministério da Educação, no Rio de Janeiro. Mário Pedrosa, que visitou e escreveu sobre essa exposição, passou, a partir daí, a freqüentar o ateliê de pintura. Em 1949, o crítico levou Leon Degand, então diretor do Museu de Arte Moderna de São Paulo, que ficou impressionado com os trabalhos produzidos e propôs a realização de uma mostra destes no Museu que dirigia. "Era uma tentativa para entrar em contato com pessoas talvez interessadas pelo apaixonante problema que nos empolgava" (Silveira, 1981, p.14).
É importante salientar que os críticos de arte mostraram-se muito mais atentos ao fenômeno da produção plástica dos internos do Engenho de Dentro que os psiquiatras brasileiros, inicialmente os interlocutores que Nise buscava alcançar. Mais que isso, a doutora chamava a atenção para o fato de que os psiquiatras, em sua grande maioria, se recusavam a aceitar qualquer valor artístico de trabalhos plásticos realizados por doentes mentais, insistindo na idéia de "arte psicopatológica", procurando neles apenas sintomas e reflexo de ruína psíquica. É fato que Nise manteve, sempre, certa discrição quanto a se posicionar sobre a qualidade estética dos trabalhos produzidos no ateliê, deixando essa tarefa para os críticos e dedicando-se ao estudo científico dos problemas que essa produção levantava. No entanto, a possibilidade de que entre seus pacientes houvesse aqueles com capacidades artísticas era vista por ela com naturalidade:
Haverá doentes artistas e não artistas, assim como, entre os indivíduos que se mantêm dentro das imprecisas fronteiras da normalidade, só alguns possuem a força de criar formas dotadas do poder de suscitar emoções naqueles que as contemplam (Silveira apud Gullar, 1996, p.96).

Após as primeiras exposições, e como a produção do ateliê de pintura aumentava a cada dia, foi criado o Museu de Imagens do Inconsciente, com o intuito de organizar e catalogar esse material, com critério e cautela – o que permitiria o desenvolvimento de uma série de pesquisas em torno dessas imagens, levando à organização dessas produções. Num gesto inédito para a cultura brasileira, envolvendo artistas e críticos de arte nesse processo, Nise recorre a um tratamento museográfico das obras dos pacientes. Mantendo-se sempre no campo da psiquiatria, Nise não deixou de buscar parcerias no campo das artes. Demonstrando uma excepcional capacidade de articulação entre campos de conhecimento, desde o início propôs que o Museu pudesse se tornar um Centro de Estudo aberto não só a psiquiatras, mas também a antropólogos, artistas, críticos de arte interessados pela atividade criadora. Podemos pensar que mesmo a idéia de criação de um museu vem da contaminação pelo campo da arte. Estávamos, de fato, num momento de fermentação estética, que culminou com aquilo que Mário Pedrosa chamou de "a moda dos museus": o Museu de Arte de São Paulo foi criado em 1947, o de Arte Moderna em 1948, o MAM, do Rio, em 1949, e a primeira Bienal foi realizada em 1951 (Pedrosa, 1995).
Nise convidava profissionais de outras áreas para participar do trabalho prático no ateliê, configurando uma proposta de caráter interdisciplinar. Para ela, estudos da arte, dos mitos, religiões, literatura, possibilitam contato com formas de expressão das mais profundas emoções humanas (Silveira, 1981).

Essas parcerias conectavam os trabalhos realizados nos ateliês ao mundo das artes, possibilitando que outros olhares viessem banhá-los de outros significados, tornando visíveis traços e linguagens que escapam ao olhar do especialista médico. Mas o Museu não tinha só o objetivo de organização de acervo. Enquanto a experiência nos ateliês do Setor de Terapêutica Ocupacional foi se tornando conhecida nos meios artísticos, Nise da Silveira e sua equipe se deparavam com problemas cada vez mais complexos: como ajudar os artistas revelados no Engenho de Dentro, propiciando-lhes um futuro menos trágico e, ao mesmo tempo, preservar suas obras? O Museu assim criado teria de ser, também, um abrigo e completar-se numa comunidade.
Assim, se no curso do seu desenvolvimento esse Museu acabou por se tornar um museu híbrido, podendo ser considerado também um Museu de Arte, seu surgimento esteve ligado a um interesse científico, clínico, e artístico, pelas produções e seus produtores. Além da criação do Museu, as exposições dos trabalhos produzidos nos ateliês do Engenho de Dentro tornaram-se freqüentes em reuniões e Congressos de psiquiatria, e também em espaços dedicados a arte: no MASP, em São Paulo, em Paris, Zurique, Roma, etc., sempre atraindo grande número de visitantes. Obras e artistas foram, aos poucos, se desprendendo de sua origem e vínculo com uma instituição psiquiátrica, para fazer seu percurso no universo cultural, como podemos perceber ao ler os depoimentos dos visitantes da Exposição de Arte Incomum, na XVI Bienal de São Paulo, e ver de que forma aquelas obras passaram a afetar o público (Frayze-Pereira, 1995).

Essas exposições tinham o poder de interpelar seus visitantes, levando-os a se perguntarem: como loucos, relegados a uma vida restrita, internados em grandes asilos, podiam produzir trabalhos tão belos? Para Nise, havia uma resposta: porque as vivências sofridas pelos pacientes, bem como as riquezas de seu mundo interior, invisíveis para aqueles que se detêm apenas na miséria de seu aspecto externo, (...) apontam para a necessidade de uma reformulação da atitude face a esses doentes e de uma radical mudança nos tristes lugares que são os hospitais psiquiátricos.. (Silveira, 1992, p.18)

Assim, os trabalhos produzidos nos ateliês e suas exposições eram também armas de combate ao manicômio e ao tratamento psiquiátrico hegemônico, aliadas na luta pela transformação cultural de certa concepção de loucura e do enlouquecimento.
As exposições das obras do acervo do Museu mostraram-se uma estratégia de agenciar essas produções, fazê-las entrar no circuito da produção cultural, transformando pacientes psiquiátricos em artistas - a produção artística que emergia pode ser compreendida como fato de cultura. Hoje, o Museu tem em torno de 350 mil obras, que habitam uma apertada reserva técnica; é referência internacional e fundamental na revelação humana dos "estados perigosos do ser"; desempenha um papel importante na transformação cultural em direção a uma sociedade mais tolerante, que pode se enriquecer com suas diferenças.
Para Nélson Aguilar, o Museu de Imagens do Inconsciente é uma espécie de produto da arte moderna e, entre os institutos afins, é o que tem o mais longevo e bem sucedido acervo criado com base em um programa de terapia ocupacional (Aguilar apud Cancino, 1999).

Teoria e clínica na terapêutica ocupacional de Nise

Em 1966, Nise da Silveira publicou, na Revista Brasileira de Saúde Mental, um relatório intitulado "20 anos de Terapêutica Ocupacional em Engenho de Dentro", posteriormente transformado em livro, com o título de Terapêutica Ocupacional: teoria e prática. A discussão foi introduzida com uma pesquisa sobre os fundamentos teóricos da Terapêutica Ocupacional, tomando-se por base vários autores, e, em seguida, foram apresentados o histórico e os princípios básicos do trabalho realizado no Centro Psiquiátrico Pedro II.
Nise acreditava que caberia à terapêutica ocupacional parte importante na mudança no ambiente hospitalar e na transformação da própria psiquiatria, desde que as atividades fossem utilizadas com um objetivo clínico, e não para trazer benefícios à instituição, no sentido do desempenho de atividades úteis ao hospital, ou que revertessem em produtos vendáveis. Em suas palavras : "preferimos ajudar nossos doentes antes de pedir-lhes que ajudem o hospital" (Silveira, s/d, p.24).
Em um amplo sentido, a clínica da terapêutica ocupacional tinha, como objetivo, encontrar atividades que servissem aos doentes como meios de expressão: "será preciso partir do nível não-verbal". É aí que se insere a terapêutica ocupacional, oferecendo atividades que permitam a expressão de vivências não verbalizáveis por aquele que se acha mergulhado na profundeza do inconsciente (Silveira, 1981, p.102).
O interesse da psiquiatra era encontrar o doente, estabelecer com ele algum tipo de relação, abrir-lhe espaço para que ele pudesse dizer sua verdade. Para a autora: "todas as atividades são expressivas. A questão é saber observar como o indivíduo as executa. A maneira como ele empunha o martelo ou a serra, bate o tear, ou, mesmo, parte uma linha de costura, podem exprimir muito" (Silveira, s/d, p.30). Esta ênfase no caráter expressivo das atividades talvez tenha sido o traço que a tenha levado a se aproximar da arte.

Entre as atividades presentes no Setor de Terapêutica Ocupacional, uma, como vimos, chamou a atenção de Nise da Silveira: a pintura. A psiquiatra surpreendeu-se ao constatar que o próprio ato de pintar poderia adquirir, por si mesmo, qualidades terapêuticas. Para ela:As imagens do inconsciente, objetivadas na pintura, tornavam-se passíveis de certa forma de trato, mesmo sem que houvesse nítida tomada de consciência de suas significações profundas. Lidando com elas, plasmando-as com suas próprias mãos, o doente as via, agora, menos apavorantes e, mais tarde, até inofensivas. Ficavam despojadas de suas fortes e desintegrantes cargas energéticas. (Silveira, s/d, p.32)

Assim, a pintura revelava que o mundo interno do psicótico podia tomar forma se encontrasse meios de expressão que o aproximassem cada vez mais do consciente, passando a ser vista como um instrumento a ser utilizado pelo paciente para reorganizar seu mundo interno e, ao mesmo tempo, reconstruir sua relação com a realidade exterior. Para compreender esse fenômeno, a psiquiatra recorreu à psicologia junguiana e sua concepção de símbolo como mecanismo psicológico que transforma a energia psíquica.

A presença de imagens de grande harmonia na produção plástica dos pacientes chamou a atenção da psiquiatra; estas eram construídas em torno de um centro e figuras que se ligavam de alguma forma a mitos ancestrais. Motivada por essas imagens, estabeleceu uma correspondência com Jung com o intuito de discutir seus significados. Jung lhe respondeu que algumas daquelas imagens eram mandalas, indicando uma tendência inconsciente a compensar o caos interior e buscar um ponto central, na psique, como tentativa de reconstruir a personalidade dividida. Para ele, a mandala servia a um propósito conservador, sendo uma forma de restabelecimento de uma ordem preexistente. Mas esse símbolo "serve também ao propósito criador de dar forma e expressão a alguma coisa que ainda não existe, algo de novo e único" (Franz, 1987, p.225).

Para Nise da Silveira, o mais importante acontecimento ocorrido nas suas buscas sobre os dinamismos da psique foi o encontro com a psicologia junguiana e seu método de investigação. Foi por intermédio da observação das atividades de seus pacientes que Nise rompeu com a psiquiatria clássica e Jung ofereceu-lhe novos instrumentos de trabalho.

As idéias de Jung acerca da dinâmica dos fenômenos mentais aproximam-se bastante da concepção sistêmica. Jung concebia a psique como um sistema dinâmico auto-regulador, caracterizado por flutuações entre pólos opostos. Desse modo, considerava o processo psíquico um processo vital, uma manifestação do dinamismo básico da vida.
Um outro pressuposto presente na psicologia junguiana, que orientou o pensamento e a prática de Nise, refere-se ao conceito de realidade, considerada por Jung como a reunião de fenômenos externos e internos, racionais e irracionais, que compreende unicamente os dados fornecidos pelos sentidos de modo direto e indireto, e compõe, assim, uma totalidade em si. Para ele, o inconsciente humano é uma parte da natureza, é algo objetivo, real, genuíno: "os produtos da atividade do inconsciente merecem o maior crédito, pois são manifestações espontâneas de uma esfera psíquica não controlada pelo consciente, livres em sua forma de expressão" (Silveira, 1992, p.158).

Jung reconhecia os aspectos de natureza pessoal presentes no inconsciente, mas acreditava que o inconsciente trazia consigo um estrato mais profundo da psique, comum a toda a humanidade. Distinguia, portanto, duas esferas na psique inconsciente: um inconsciente pessoal relacionado à história pessoal de cada indivíduo, e um inconsciente coletivo, que compõe um elo e um vínculo ente o indivíduo e a humanidade. Os estratos mais profundos do inconsciente permitiriam o reconhecimento da existência de: disposições funcionais herdadas inerentes à própria estrutura psíquica, matizes onde tomam forma representações correspondentes a experiências primordiais da humanidade, movidas sob aspectos diferentes pelo homem de todos os tempos. (Silveira apud Frayze-Pereira, 1995, p.94)
Mediante observações e investigação de natureza mitológica e histórica, Jung nos atualizou sobre a importância dos símbolos elaborados no inconsciente e reconheceu, na produção de imagens, nas fantasias e nos delírios, sua expressão. Para ele, somente pela forma de imagens, a libido pode ser apreendida viva, e não esfiapada pelo repuxamento das tentativas de interpretações racionais. A psique exprime-se em forma de imagens, de afetos e de idéias que condensam intensas experiências da humanidade. Assim, segundo Jung, para conhecermos e entendermos a organização psíquica da personalidade global de uma pessoa, é importante avaliarmos os sonhos e as imagens simbólicas, que nos guiam na descoberta do inconsciente e que, além de apresentarem memórias do passado longínquo, também contêm elementos inteiramente novos e idéias criadoras de novas proposições para as pessoas e para toda a humanidade.

Capra (1988) ressalta que a idéia de inconsciente coletivo de Jung não só liga o indivíduo a toda humanidade como, também, ao cosmo inteiro. Neste sentido nós, seres humanos, somos inextricavelmente ligados àquilo que nos ultrapassa: para além da história pessoal, a rede afetiva e o conjunto de laços que nos unem ao mundo, associam-se às forças do cosmos, tornando-nos extremamente complexos. Esta concepção forneceu um lugar de vanguarda na ciência contemporânea.
Nise acreditava que, para acompanhar a produção criativa dos pacientes, era preciso ter paciência e tato, e não apressar as coisas. Em sua experiência, a psicologia junguiana, literatura, arte, e mitologia instrumentalizaram-na para a compreensão das metamorfoses do ser e para a investigação da incansável trajetória do homem em busca do seu mito. Com esses estudos, Nise apresentou uma compreensão da psique como um sistema vivo, com um dinamismo próprio, que se auto-regula e se direciona para a cura e para a saúde. Além disso, criou, ainda, um método para a leitura das imagens que emergiam na produção artísticas dos pacientes que participavam dos ateliês de pintura e modelagem do Setor de Terapia Ocupacional do Engenho de Dentro. O que Nise propõe, num percurso que vai do psíquico ao artístico, não é apenas uma leitura arquetípica das produções artísticas, embora ela seja predominante, mas também uma leitura do psíquico pelos mecanismos de constituição da arte. Segundo a autora, "a vontade de formar o mundo é muito mais profunda nas expressões do inconsciente" (Frayze-Pereira, 1995, p.15).

Nas leituras de seus livros Imagens do Inconsciente e O mundo das Imagens, verificamos que seu modo de trabalhar pressupõe estudos associados à experiência sensível de alguém que se deixou afetar pela observação clínica cuidadosa, articulada ao esforço do pensamento e da reflexão.
O desenvolvimento de um método de leitura de imagens, utilizado no Museu de Imagens do Inconsciente, introduziu uma novidade na forma como, até então, a psiquiatria e, mesmo, a psicanálise tinham tomado as produções de pacientes psicóticos. Nise afirmava que "era forçoso reconhecer que a produção plástica dos psicóticos ia além das representações distorcidas e veladas dos conteúdos pessoais reprimidos (...) Uma pintura quase nunca será o mero reflexo de sintomas" (Silveira, 1981, p.51). Esse método ultrapassa o registro de sintomas, entendendo que, ao pintar, o indivíduo não somente expressa a si mesmo, mas cria algo novo, produz um símbolo, e essa produção tem efeitos de transformação tanto na realidade psíquica como na realidade compartilhada.

A leitura da obra proposta por Nise e realizada na organização das produções artísticas do Museu incorporou-se à história dessas produções e tornou-se parte constitutiva dessas, instaurando um trabalho concreto de reflexão sobre elas. Ao estudarmos as leituras propostas, adentramos a uma densidade do campo simbólico formado pelo trabalho da psiquiatra e pelas criações dos autores que ela acompanhou com tanta dedicação. Para Frayze-Pereira (1995, p.106), a leitura da obra é: "trabalho, e não deciframento, é instauração do sentido, e não mero desvendamento de um significado que se crê já depositado em si mesmo na obra".
No âmbito das relações complexas entre arte e leitura da obra, podemos dizer que a proposta de Nise gerou uma ampliação da compreensão das obras produzidas no interno de sua atividade clínica. O cuidado e a delicadeza na organização e manutenção dessas produções favoreceram uma contemplação que, além de transcender a clínica, presenteou, por meio de exposições artísticas, o público mais amplo, abrindo um percurso dessas produções em nossa cultura. Esses gestos criaram, de forma sadia, um caminho de reconhecimento dessas produções e uma experiência sensível no âmbito coletivo que multiplica as formas de compreensão e os pontos de vista desta análise: "Visível-invisível, a obra será sempre uma transcendência em relação ao conhecimento que dela pode vir a ter" (Frayze-Pereira, 1995, p.102).
Podemos pensar, ainda, que o trabalho clínico e teórico realizado por Nise viria transformar, também, as concepções e práticas clínicas que passariam a abordar a ação e a criação como elementos constitutivos da experiência de estar vivo, independentemente do comprometimento psíquico e do tempo da "doença". Sua atenção na construção de ambientes propícios à criação fez com que trabalhasse, também, sobre a organização dos espaços e tempos institucionais e, sobretudo, na formação dos profissionais que com ela acompanhavam pacientes. Para ela, para que qualquer atividade viesse a ter uma função terapêutica, era preciso que fosse desenvolvida num ambiente de ateliê acolhedor que, se diferenciando do ambiente hospitalar no qual estivesse inserido, transformava-se em espaço significativo, desencadeador de aproximações e contatos disruptores do processo de criação. Esses ateliês eram preparados pelos monitores, de forma a dar continência aos internos, acolhendo dores, silêncios, ritmos, e, ao mesmo tempo, estimulando a expressão.
A presença constante de um monitor visava, não a interferência nos trabalho dos pacientes, mas a oferta de um afeto catalisador que pudesse estimular a criatividade e permitisse restaurar pontes de comunicação com o mundo no qual viviam. Nise utilizou o conceito de afeto de Spinosa, como um afeto que seria produzido por um bom encontro, e o associou à idéia de um disparador do processo de cura – tomando a idéia de catalisador da química, ou seja, substâncias cuja presença acelera a velocidade das reações. Acreditava que o processo terapêutico deveria ser acompanhado de forma adequada, cuidadosa e atenta, com a presença e sensibilidade humana para perceber e observar as expressões e manifestações dos pacientes, fundamentais para dar continência às experiências, para não apressar as coisas e para estimular processos de criação, que só poderiam se desenvolver se, no ambiente em que o paciente vivesse, ele encontrasse o suporte do afeto. Dizia ela, "dificilmente qualquer tratamento será eficaz se o doente não tiver ao seu lado alguém que represente um ponto de apoio no qual ele faça investimento afetivo" (Silveira, 1981, p.68).

Neste sentido, valorizava a pessoa humana do monitor, sua sensibilidade e intuição, que favoreceriam uma experiência artística potente. No entanto, mesmo considerando que as teorias valem menos que "o esforço impregnado de simpatia para penetrar no mundo interior do doente" (Silveira, s/d, p.18), a formação do monitor foi sempre uma questão fundamental para Nise da Silveira. Organizou vários cursos para os monitores que trabalhavam nos ateliês. Para ela, essa formação deveria ser contínua, compreendendo conhecimentos em várias áreas, da psiquiatria e psicologia à mitologia, arte e antropologia. O objetivo era que os monitores pudessem compreender o processo psicótico, o processo de cura posto em marcha pela atividade artística, e pudessem fazer conexões entre as imagens produzidas, a situação emocional do interno e as produções culturais de outras épocas e outros lugares, por meio do estudo de séries de imagens. Nise formou profissionais de diversas áreas do conhecimento, efetivando uma experiência interdisciplinar.

Em sua prática psiquiátrica, um outro aspecto a preocupava: as inúmeras reinternações dos pacientes indicavam a necessidade de que o tratamento oferecesse um melhor preparo ao indivíduo que vivenciou a experiência da crise psicótica. Durante anos, Nise pensou sobre a importância de criar uma instituição que estabelecesse uma ponte entre o hospital psiquiátrico e a vida em sociedade. Impulsionada pela vontade de proporcionar melhores condições de atendimento ao paciente psiquiátrico, criou a Casa das Palmeiras, fundada em 1956, exemplo precursor de passagem indispensável entre o hospital psiquiátrico e o meio social. O principal método empregado na Casa das Palmeiras foi terapia ocupacional, realizada, segundo Nise, num amplo sentido e com uma nova denominação. A Casa representou um degrau intermediário entre a rotina do sistema hospitalar, desindividualizada, e a vida na sociedade e na família, com seus inevitáveis e múltiplos problemas, onde a aceitação do egresso não se faz sem dificuldade. Num ato de liberdade, preferiram utilizar o termo "a emoção de lidar" para renomear a Terapia Ocupacional que se desenvolveu no trabalho da Casa e, como diz a autora:Nesse sentido, visamos coordenar intimamente olho e mão, sentimento e pensamento, corpo e psique, primeiro passo para a realização do todo específico que deverá vir a ser a personalidade de cada indivíduo sadio. Na busca de conseguir esta coordenação, fazemos apelo às atividades que envolvam a função criadora existente, mais ou menos adormecida, dentro de todo indivíduo. (Silveira, 1986, p.11

Conclusão

Conclui-se que a sistematização da assistência em enfermagem psiquiátrica funciona como uma ferramenta útil e importante na tentativa de construir uma enfermagem psiquiátrica brasileira, no que se refere à reabilitação psicossocial. É constatada a viabilidade de participação concreta do enfermeiro psiquiátrico na busca de tecnologias que gerem resultados positivos e inovadores em sua prática cotidiana, não deixando de lado a essência de sua profissão, que é o cuidado ao doente mental.
Assim, o objeto de trabalho deixa de ser a doença para ser a existência- sofrimento dos pacientes e a sua relação com o corpo social. Neste sentido, para poder acompanhar uma proposta tão diferente da anterior, o enfermeiro, bem como o corpo de enfermagem, vem buscando alternativas que possam dar conta da diversidade deste cotidiano. Na clínica psiquiátrica, a internação, no contexto desta clínica, respeita o tempo de cada indivíduo e seus recursos internos e externos para lidar com esse sofrimento, é desconsiderar a trajetória vivida e porvir na vida dessas pessoas. Por outro lado, é poder estabelecer a relação entre o processo de construção do saber profissional e o processo de recuperação destes pacientes. Neste conjunto, a internação pode ser apenas um momento, mas eles trabalham apenas para que seja um momento importante na vida de cada um deles.
Portanto é de fundamental importância aprender a mobilizar e integrar conhecimentos gerais de enfermagem e de enfermagem em saúde mental e psiquiátrica para assistirem as pessoas em situações emocionais difíceis ou, até mesmo, com transtornos mentais.


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Referências

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• Terapêutica ocupacional: teoria e prática. Rio de Janeiro: Casa das Palmeiras, s/d.



COLLEGE OF ESTÁCIO ALAGOAS
NURSING COURSE








PROFESSIONAL PRACTICE BEFORE THE MENTAL HEALTH NURSING AND PSYCHIATRIC






Maceió
2011


Cesar Oliveira da Silva
Dayse Belo Souza
Jatoba Eliane de Macedo Soares
Flavia Cardoso dos Santos
Francisco Carvalho Saraiva Joilsom
Livia Alexandre Araújo
Luiza Cavalcante Feitosa
Manoel da Silva Messiah
Thaline Roberta Souza Amorim




PROFESSIONAL PRACTICE BEFORE THE MENTAL HEALTH NURSING AND PSYCHIATRIC


Paper presented to the Faculty Estacio de Alagoas, as a prerequisite for obtaining the Av2, discipline and ethics Deontologia.Orientadora: Prof. (a). Regina Nunes



Maceió
2011

SUMMARY


Introduction ------------------------------------------------- -------- 04
Development ------------------------------------------------- --- 05
Objectives ------------------------------------------------- --------- 06
Role of the Nurse ----------------------------------------------- - 07
The organization of the Department of Occupational Therapy -------------------- 07
The studio painting to the museum images of the unconscious ------------- 09
Theory and the occupational therapy clinic in Nise ----------------- 12
Conclusion ------------------------------------------------- --------- 19
References ------------------------------------------------- ------- 20
















Introduction

The Brazilian Psychiatric Reform, which began in the 1980s, proposed and implemented new customer service opportunities with psychological distress, ensuring the exercise of their right to citizenship. The reorganization of psychiatric care in Brazil was by building a support network outside the hospital to allow the psychiatric patient to be careful, too, Centers for Psychosocial Care (CAPS).
With the Psychiatric Reform in global terms, is gradually being replaced by small hospitals and / or skilled nursing treatment in psychiatry, are in general hospitals, in the case of seriously ill or in crisis or in small hospitals, specifically authorized by law, in common United States of North America, Europe and China. Patients with mild to moderate are seen in hospital clinics and in accordance with the current health policy, properly regulated by law to own and live in society to promote social reintegration, as existed in Brazil by the Brazilian Constitution of 1946 , brought down by the constitution of 1988.
There are several types of local psychiatric hospital, "hospital clinics," which had its existence properly regulated in Brazil prior to the federal constitution of 1988, ie from 1946 to 1988, hospital wards in general hospitals and mental hospitals for patients who exhibit judicial dangerous or criminals diagnosed with mental illness.
In mental health, psycho-emotional aspects of the lecture are desadaptações the middle, with some predisposing factors permeating the cycle of these imbalances, namely, losses, feelings of helplessness; events that lead to depression and bereavement, mania and / or compensation mechanisms.



PROFESSIONAL PRACTICE BEFORE THE MENTAL HEALTH NURSING AND PSYCHIATRIC


Nowadays people are becoming more vulnerable with regard to aspects of mental health, because although living in constant stress, there are no concerns related to the ways of maintaining a good quality of life. The daily lives of people at work, at home, in marriage, the environment you live in, finally, it requires constant confrontation with periods of stress and frustration they cause, often aggressive reactions from loved ones or spouses as a way to download unresolved problems, but can also occur abandonment of employment, all due to the lack of balance between body, mind and spirit, creating anxiety and inability to cope with stressful situations.
In the words of the nursing process approach used properly in order for the mentally ill and provides direction to the care provided, constituting the essence of nursing practice, and methodology as a tool to assist nurses in decision-making, since it provides predict and evaluate the consequences of interventions, thus offering the mentally ill, which in fact is the responsibility of the profession, the backdrop for a good professional practice. Therefore, the nurse, using the nursing process (focusing on the nursing diagnosis), has benefits for interventions in psycho-emotional aspects of the problem presented by the mentally ill. These interventions may have a structure from the most frequent nursing diagnoses found in order to reverse a picture of imbalance psychoemotional installed and also promote mental health.
The Psychiatric Nursing was seen by society as one that controls, monitors and represses, where care should only be based on providing physical care and vigilance on the psychiatric patient, was performed segregation of the patient in an institution and its total legal prohibition, where the patient was placed on the margins of a society as being unable to belong to it. Including control freedom of expression, the right to come and go, to choose and decide on your own life, being described as mentally ill and under medical supervision.
The madman was seen as alienated, where treatment was to turn it into not crazy, in order to fit it into acceptable moral standards. In the treatment aimed to make the patient recognize their guilt and were used for such features as making the patient feel afraid, and methods of using punitive and disciplinary techniques.
With the advent of the Reformation, the Anti-Asylum and the deinstitutionalization process that the new measures came to be adopted, believing that it is necessary to recover the sick, restoring him to society and rebuilding their citizenship. The practices adopted earlier now be reviewed and working professionals, including nursing, started a recycling process for adopting a new concept in search of making changes.
It is important to attend to a model of psychiatric care in transformation, which, according to Miranda et al, of 50 to 80 years were performed for most of the Brazilian psychiatric nursing through the cracks of the windows, the nodes of the chains and the solitude of the cloister large hospitals. Of the 90 so far today, we can say that the care is guided into a deep transformation in the Brazilian Psychiatric Reform movement, influencing the scientific production in the area to revisit the concepts and practices that move the everyday care.

Objectives
• Understand the process of mental health and behavioral changes in the context of human experience of health;
• Develop clinical skills and conceptual in nature instrumental;
• Establish skills development and execution of research projects; express the critical behavior in relation to physical and mental health of the patient, through theoretical resources, technical, social, political and cultural rights;
• Assist systematic Nursing and Psychiatric Mental Health, through promotion of integrated actions, recovery and rehabilitation of health, ability and nursing practice in emergency situations to patients during hospitalization.







Role of the Nurse

• Coordinate the nursing staff;
• Make training and retraining of the nursing staff;
• Conduct technical meeting and discussion with the nursing staff;
• Direct and oversee the team and the note;
• Advise the client and family about care;
• Make planning of nursing care;
• Prescribing nursing care;
• Make, guide, supervise and evaluate nursing care.

The organization of the Department of Occupational Therapy

In the mid-1940s, when Nise da Silveira began its work in the National Psychiatric Center - currently Pedro II Psychiatric Center, in Rio de Janeiro - the bias that existed in the first decades of the century, which divided psychiatry between the occupational therapy practice and the development of scientific bases and organic, had disbanded. Ergotherapy was condemned to limbo and current practices were based on electroshock, lobotomies, and later in chemistry and drug therapy. Nise frontally opposed to such procedures, he stood from the beginning in a clash with the psychiatry of his time. For her, the psychic life should be thought of as a constant process of interaction with what surrounds every human being. Psychopathology in a phenomenological dimension, would be to plan experience, modes of existence and being in the world. His interest was to penetrate the inner world of the schizophrenic approach them, they know the pain and at the same time improve their living conditions. For this he manage resources in a sector without National Psychiatric Center, the Department of Occupational Therapy, considered at the time, only one method to 'distract' the economy or contribute to hospital.
To deal with psychiatry, follow this other path, that of Occupational Therapy, and to support this option, Nise undertook to strengthen this method and give a scientific basis, transforming it into a search field. Therefore, we attempted to build an occupational therapy with scientific characteristics, imprinting a proper orientation to work: his concern was theoretical and clinical. During the 28 years he directed the Department of Occupational Therapy and Rehabilitation (STOR) Psychiatric Center Pedro II (1946-1974), various studies were done with the aim, among other things: to record the results obtained with the use of activities ; prove the effectiveness of this form of treatment; investigate the harmful effects of traditional psychiatric treatments; demonstrate creative abilities and learning of schizophrenics. During this period, developed progressively seventeen core activities: bookbinding, carpentry, crafts, sewing, music, dance, theater, etc.., In which they sought to offer activities that stimulate the strengthening of the ego of the patients, the progressive expansion relationship with the social environment, and to serve as a means of expression. Nise believed that "if there is a high degree of twitch of consciousness, often only the hands are capable of fantasy" (Silveira apud Jung, 1981, p.102).
Who performed in the care, Nise sought to create a climate of freedom, without coercion, in which, through various activities, the symptoms could find opportunity for expression and, as she said, are depotentiate. To her, "the exercise of multiple occupational activities revealed that the inner world of psychotic contains unsuspected wealth and retains even after long years of illness, against established concepts" (Silveira, 1981, p.11).
The Psychiatric Center had 1,500 hospitalized patients, often abandoned in the hospital courtyard. The workshops attracted to their sectors, people with a daily experience of a life empty and meaningless. It was the beginning of a struggle for a series of transformations in the hospital and in the forms of treatment of patients. Denise said that the hospital worked with the disease and believed that it would be up to the occupational therapy major part in changing that environment. The number of patients attending the sector was reduced, perhaps due to "non-acceptance by psychiatrists occupations as therapeutic agents" (Silveira, 1981
The joint between the STOR and other medical services was weak: the psychiatrists did not indicate that treatment to their patients and those who came to the Department did its own initiative or by being invited for a monitor. The lack of interest in psychiatry have also been responsible for closing several workshops.

The studio painting to the museum images of the unconscious

Among the multi-core activity, had the painting atelier. According Mavignier (2000), which at that time worked in an administrative area of ​​the Hospital, was an exhibition of the crafts store that he proposed to Nise da Silveira to organize a painting workshop for inmates. How the idea came from an old project against the doctor, Mavignier requested his transfer there, and together they worked to implement it. The Painting Workshop soon distinguished himself and acquired a special position and was awarded a differentiated investment by the psychiatrist. Denise stated that all activities performed by the Division of Occupational Therapy were significant, but noted in the painting workshop attendees, "the existence of a drive Configurator surviving images even when the personality was broken" (Silveira, 1992

The follow-up workshops of painting and modeling provided the Nise a greater understanding of psychic dynamism present in schizophrenia and also constant reflections on the conditions of psychiatric treatment and hospitalization. The difficulties led to the exciting studies, often articulated in other fields of knowledge such as art, psychology, mythology and literature. For her, "creativity is the catalyst for excellence in opposite approaches. Through you, sensations, emotions, thoughts, are led to recognize each other, to join, and even internal riots take shape" (Silveira, 1981, p.11).
Nise was surprised by the amount of work produced and the manifestation of creativity that resulted in the production of paintings in incredibly large number, in contrast to the reduced activity of its authors out of the studio spaces. The quality of many drawings, paintings and designs fascinated and enthusiastic psychiatrist and monitor the painting studio. Mavignier was there, by his own account, as a painter, not as a psychiatrist. Had an interest "in discovering artists, looking them in the courts and in hospital wards" (Mavignier, 2000, p.247).

His presence also helped to give a character of true painting studio space, working with technical knowledge on materials and aesthetic sensitivities. In addition, Mavignier played a key role in the developments that work came to win, because it was the first link between the experience of the Mill and Inside Rio group of artists who, like himself, were beginning to take in the field of visual arts, among them, Palatnik and Ivan Serpa. Together they set up and ordered the first series of drawings and paintings.
The quantity and quality of the work led him to organize the first exhibition of these productions, in 1947, the Ministry of Education in Rio de Janeiro. Mário Pedrosa, who visited and wrote about this exhibition, went from there, to attend a painting workshop. In 1949, led the critic Leon Degand, then director of the Museum of Modern Art of São Paulo, who was impressed with the work produced and proposed holding an exhibition at the Museum of who was driving. "It was an attempt to get in touch with people maybe interested in the fascinating problem that excited us" (Silveira, 1981, p.14).
It is noteworthy that the art critics were much more attentive to the phenomenon of internal production of plastic Mill Inside the Brazilian psychiatrists, initially sought to achieve interlocutors who Nise. More than that, the doctor pointed to the fact that psychiatrists, in their great majority, refused to accept any artistic value of plastic work done by the mentally ill, insisting on the idea of ​​"art psychopathological", looking on them only symptoms and reflection of mental ruin. Nise is a fact that remained, always, a certain discretion as to position itself on the aesthetic quality of work produced in the studio, leaving that to the critics and devoted himself to the scientific study of the problems that production rose. However, the possibility that their patients were among those with artistic abilities was seen by it naturally:
There will be sick artists and non artists, as well as among individuals who remain within the vague boundaries of normality, only a few have the power to create forms endowed with the power to arouse emotions in those who contemplate them (Silveira apud Gullar, 1996 96).

After the first exhibition, and as a painting studio production increasing every day, created the Museum of Images of the Unconscious, in order to organize and catalog this material with discretion and caution - which would allow the development of a series research around these images, leading to the organization of these productions. In an unprecedented gesture to Brazilian culture, involving artists and art critics in the process, Nise uses a museological treatment works of patients. Keeping always in the field of psychiatry, Nise did not fail to seek partnerships in the arts. Demonstrating an exceptional ability to articulate between fields of knowledge, from the beginning proposed that the museum could become a study center open not only to psychiatrists but also to anthropologists, artists, art critics interested in the creative activity. We think that even the idea of ​​creating a museum comes from the contamination by field of art. We were, in fact, a moment of aesthetic ferment that culminated with what Mário Pedrosa called "fashion museum": the Art Museum of Sao Paulo was created in 1947, the Modern Art in 1948, MAM, the Rio, in 1949 and the first Biennale was held in 1951 (Pedrosa, 1995).
Nise invited professionals from other areas to participate in the practical work in the studio, setting up an interdisciplinary proposal. For her studies of art, myths, religions, literature, possible contact with forms of expression of the deepest human emotions (Silveira, 1981).

These partnerships connected the works carried out in the world of arts workshops, allowing other looks bathe them come from other meanings, making visible traits and languages ​​beyond the gaze of the medical expert. But the museum had not only the goal of organizing collections. While the experience in the workshops of the Department of Occupational Therapy became known in the art, Nise da Silveira and his team were faced with increasingly complex problems: how to help the artists revealed in Engenho de Dentro, giving them a less tragic future and at the same time preserving their works? The Museum thus created would also be a shelter and completed a community.
So if in the course of its development this Museum turned out to be a hybrid museum, can be also considered an art museum, its emergence was linked to a scientific, clinical, and artistic productions, and by its producers. Besides the creation of the Museum, the exhibition of works produced in the studios of Ingenio de Dentro became frequent meetings and congresses of psychiatry, and also in spaces dedicated to art: in MASP in Sao Paulo, Paris, Zurich, Rome, etc.., always attracting large numbers of visitors. Works and artists have been slowly breaking away from their origin and connection to a psychiatric institution, to make its way into the cultural world, as we can see by reading the testimonies of visitors Uncommon Art Exhibition, at the XVI Biennial of Sao Paulo, and see how those works came to affect the public (Frayze-Pereira, 1995).

These exhibitions had the power to detain visitors, leading them to wonder: how crazy, relegated to a life restricted, hospitalized in large asylums, could produce such beautiful work? To Nise, had an answer: because the experiences suffered by patients as well as the riches of his inner world, invisible to those who hold only in the misery of its external aspect, (...) point to the need for a reformulation of attitude towards these patients and a radical change in places that are sad psychiatric hospitals .. (Silveira, 1992, p.18)

Thus, the work produced in their workshops and exhibitions were also weapons to fight the insane asylum and psychiatric treatment hegemonic allies in the struggle for cultural transformation of certain conception of insanity and madness.
The exhibition of works from the Museum's collection proved to be a strategy of procuring these products, make them into the circuit of cultural production, transforming psychiatric patients artists - artistic production that emerges can be understood as a cultural fact. Today, the Museum has about 350 000 works, which inhabit a narrow technical reserve, is an international reference and fundamental human revelation of "dangerous states of being" plays an important role in cultural transformation toward a more tolerant society, which can be enriched by their differences.
For Nelson Aguilar, the Museum of Images of the Unconscious is a kind of product of modern art, and among the related institutions, is what has the longest and successful collection created based on an occupational therapy program (Aguilar apud Cancino, 1999).

Theory and the occupational therapy clinic in Nise

In 1966, Nise da Silveira published in the Journal of Mental Health, a report entitled "20 years of Occupational Therapy In Engineering", later turned into a book with the title of Occupational Therapy: theory and practice. The discussion was introduced with a survey of the theoretical foundations of Occupational Therapy, taking based on various authors, and then were presented the history and basic principles of work done in the Pedro II Psychiatric Center.
Nise believed that would go to occupational therapy major part in changing the hospital environment and in transforming the very psychiatry provided that activities were used with a clinical goal, and not to bring benefits to the institution in order for the performance of useful work to the hospital, or revert to salable products. In his words: "we prefer to help our patients before asking them to help the hospital" (Silveira, s / d, p.24).
In a broad sense, the occupational therapy clinic had as its goal to find activities that serve to patients as a means of expression: "you need from the non-verbal level." This is where you insert the occupational therapy, offering activities that allow the expression of experiences verbalizable not by that which lies submerged in the depths of the unconscious (Silveira, 1981, p.102).
The interest of the patient was to find a psychiatrist, he agreed with some sort of relationship, open space for him so he could tell their truth. To the author: "all activities are significant. The question is to see how the individual performs them. The way he wields the hammer or the saw hits the loom, or even part of a sewing thread, can express much "(Silveira, s / d, p.30). This emphasis on the expressive activities may have been the trait that has led to approach the art.

Among the activities present in the Department of Occupational Therapy, a, as we have caught the attention of Nise da Silveira: painting. The psychiatrist was surprised to find that the very act of painting could acquire, for itself, therapeutic qualities. For her: The images of the unconscious, objectified in painting, became subject to some form of treatment, even without clear awareness of their deeper meanings. Dealing with them, shaping them with their own hands, the patient saw them, now, less frightening, and later, even harmless. They were stripped of their strengths and disintegrating energetic charges. (Silveira, s / d, p.32)

Thus, the picture revealed that the inner world of psychotic could take the form to find means of expression that the closer and more aware, becoming seen as an instrument to be used by the patient to reorganize his inner world and at the same time , rebuild their relationship with the external reality. To understand this phenomenon, a psychiatrist and Jungian psychology appealed to his conception of the symbol as a psychological mechanism that transforms the psychic energy.

The presence of images of great harmony in the production of plastic patients caught the attention of the psychiatrist, they were built around a center and figures that are somehow linked to ancestral myths. Motivated by these images, established a correspondence with Jung in order to discuss their meanings. Jung replied that some of those images were mandalas, indicating an unconscious tendency to compensate the internal chaos and find a central point in the psyche as an attempt to reconstruct the split personality. For him, the mandala served a purpose conservative, being a form of restoration of a preexisting order. But this symbol "also serves the creative purpose of giving form and expression to something that does not exist, something new and unique" (Franz, 1987, p.225).

To Nise da Silveira, the most important event occurred in your searches on the dynamics of the psyche was the meeting with Jungian psychology and its research method. It was by observing the activities of their patients that Nise broke with the classic psychiatry and Jung offered him new tools.

Jung's ideas about the dynamics of mental phenomena are very close to the systemic conception. Jung regarded the psyche as a self-regulating dynamic system, characterized by fluctuations between polar opposites. Thus, the psychic process considered a vital process, a manifestation of the basic dynamics of life.
Another assumption present in Jungian psychology, which has guided the thinking and practice of Nise, refers to the concept of reality, regarded by Jung as the meeting of internal and external phenomena, rational and irrational, which includes only the data provided by the senses directly and indirectly, and thus comprise a totality in itself. For him, the human unconscious is a part of nature, is something objective, real, genuine, "the products of unconscious activity deserve the most credit because they are spontaneous manifestations of a psychic sphere is not controlled by the conscious mind, in its free form expression "(Silveira, 1992, p.158).

Jung recognized the aspects of a personal nature present in the unconscious, but he believed that the unconscious brought with it a deeper stratum of the psyche, common to all mankind. Distinguished, so the unconscious psyche in two spheres: one related to the personal unconscious personal history of each individual and a collective unconscious, which makes up a link and a link entity the individual and humanity. The deepest layers of the unconscious allow the recognition of: working arrangements inherited inherent in the psychic structure, where shades take shape representations corresponding to primordial experiences of humanity, driven by man under different aspects of all time. (Silveira apud Frayze-Pereira, 1995, p.94)
Through observation and investigation of historical and mythological nature, Jung updated us on the importance of symbols elaborated in the unconscious and recognized in the production of images, fantasies and delusions, its expression. For him, only the form of images, libido can be captured alive, and not frayed by twitching of the attempts of rational interpretations. The psyche is expressed in the form of images, emotions and ideas that condense intense experiences of humanity. Thus, according to Jung, to know and understand the psychic organization of the overall personality of a person, it is important to assess the dreams and symbolic images that guide us in the discovery of the unconscious and, in addition to having memories of long ago, also contain elements entirely new and creative ideas for new propositions to the people and all humanity.

Capra (1988) emphasized that the idea of ​​collective unconscious of Jung not only links the individual to the whole humanity as also the entire cosmos. In this sense we humans are inextricably linked to what is beyond us, beyond the personal story, the network and the set of affective ties that bind us to the world, join the forces of the cosmos, becoming extremely complex. This design provided a place in the vanguard of contemporary science.
Nise believed that to follow the creative output of the patients had to have patience and tact, and not rush things. In your experience, Jungian psychology, literature, art, mythology and commodification-in for understanding the metamorphoses of being and to research the history of man in relentless pursuit of his myth. With these studies, Nise presented an understanding of the psyche as a living system, with a momentum of its own, that self-regulates and directs it to healing and health. Moreover, also established a method for reading the images that emerged in the artistic production of the patients who participated in the workshops of painting and modeling of the Department of Occupational Therapy Skill Within. What Nise proposes a psychological journey from the artistic, is not just an archetypal reading of artistic production, though it is prevalent, but also a psychic reading by the mechanisms of formation of the art.













Conclusion






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References

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