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terça-feira, setembro 27, 2011

Vacina anti-HIV: sucessos iniciais


Após décadas de esperanças frustradas, os desenvolvedores de vacinas contra o HIV estão se permitindo uma cautelosa atitude otimista. Em conferência realizada em Bancoc, na Tailândia, cientistas relataram indícios moleculares que ajudam a explicar o primeiro sucesso de um teste da vacina em humanos. O resultado pode indicar o caminho para a produção de mais vacinas no futuro.

''É possível afirmar que este foi até agora o experimento mais bem-sucedido’', afirma Adriano Boasso, imunologista do Imperial College de Londres.

O estudo analisou amostras clínicas de um teste da vacina RV144 realizado anteriormente com mais de 16 mil pessoas. Em 2009, três anos após a aplicação da vacina, os cientistas relataram que, para os voluntários que receberam a vacina, a probabilidade de contrair a doença diminuiu 30 por cento em relação aos que receberam placebo.

Os resultados modestos marcaram o primeiro sucesso de um teste da vacina em humanos – dois anos após o notório fracasso da vacina produzida pelo laboratório farmacêutico Merck. Porém, o teste da Tailândia também deixou os pesquisadores intrigados.

Maior do que a soma das partes O regime de vacinação consistia em dois componentes que fracassaram quando sozinhos: a vacina primária ALVAC-HIV (vCP1521), que continha diversas proteínas do HIV, seguida da vacina de reforço AIDSVAX, feita de uma proteína da superfície do HIV. A primeira foi produzida pelo laboratório Sanofi-Pasteur, de Lyon, na França, e a segunda, pelo australiano VaxGen, de Brisbane. Contudo, duas das três medições usadas pelos pesquisadores para determinar se a vacina prevenia a infecção por HIV não revelaram diferenças que alcançassem significância estatística entre vacinados e o grupo de controle. No último estudo, os pesquisadores formaram uma equipe para examinar o sangue dos voluntários em busca de indicadores imunológicos diferentes das 41 pessoas que receberam a vacina e contraíram HIV em comparação com as 205 pessoas que não contraíram o vírus. A pesquisa foi realizada pela Universidade de Mahidol, em Bancoc, e pelo Programa de Pesquisas do HIV das Forças Armadas Americanas, em Washington.

A investigação não foi concluída. Até o momento, porém, a equipe descobriu dois indícios moleculares que explicam porque para algumas pessoas a vacina preveniu contra o HIV, mas para outras não. Para os voluntários cujo sangue continha um anticorpo em forma Y denominado imunoglobulina G (IgG), que reconhece uma parte do envelope externo do HIV, denominada laço V2, a possibilidade de contrair o vírus era 43 por cento menor do que para os indivíduos cujos sistemas imunológicos não produziam esses anticorpos.

Entretanto, os participantes que produziram grandes quantidades de outro tipo de anticorpo, denominado IgA, que reconhece diferentes partes do envelope do HIV, evoluíram desfavoravelmente no teste – a probabilidade de infecção era 54 por cento maior em comparação às pessoas que produziam esses anticorpos. Contudo, essa reação imunológica não tornava as pessoas mais suscetíveis de contrair o vírus do que os participantes que receberam o placebo.

Os pesquisadores ainda estão estudando esses resultados. Segundo Nelson Michael, diretor do Programa de Pesquisas em HIV das Forças Armadas, os resultados reasseguraram que a vacina protegeu alguns dos participantes do HIV e que o sucesso não significou um acaso estatístico. "Isso proporciona credibilidade biológica aos resultados da pesquisa inicial’', afirma. ''Isso sugere que os resultados da pesquisa com a RV144 estava relacionado à vacinação’'.

O caminho a seguir Segundo Barton Haynes, diretor do Instituto de Vacinação Humana de Duke, em Durham, na Carolina do Norte, que coordenou o estudo de acompanhamento, afirmou em entrevista coletiva à imprensa que os resultados gerariam hipóteses para outros estudos. ''O que temos no momento são pistas que ajudam explicar porque a vacina funcionou. Nós não obtivemos resultados assim nos últimos 30 anos. Ele é muito importante para esse campo de investigação’'. Os pesquisadores já estão planejando verificar se anticorpos como os encontrados nos participantes exercem o mesmo efeito em primatas infectados com um vírus análogo ao HIV. Esses experimentos determinarão se as respostas imunológicas são responsáveis pelo sucesso ou fracasso da vacina em determinadas pessoas ou se estão apenas ligadas a fatores subjacentes.

Em última análise, segundo Michael, as novas descobertas devem servir de orientação para pesquisas futuras e para o desenvolvimento de vacinas. A equipe está planejando realizar testes de acompanhamento de uma vacina semelhante com homossexuais masculinos da Tailândia – um grupo em elevado risco de contrair o vírus – bem como pesquisas na África do Sul, que necessitarão de vacinas que identifiquem um subtipo diferente do HIV.

Com base nos últimos resultados, é possível que essas novas vacinas sejam remodeladas para estimular a produção de anticorpos IgG, que reconhecem o laço V2 do HIV, afirma Michael. ''Com certeza, essa pesquisa precisará do empenho de muitas pessoas, o que é positivo’', afirma.

Outra pesquisa apresentada em Bancoc apoia a teoria de que atacar o V2 pode ser uma forma de combater o HIV. Segundo Michael, os vírus coletados dos participantes da pesquisa com a RV144 que contraíram o HIV possuem mutações nesta região, o que sugere que o laço V2 estava sendo atacado pelo sistema imunológico. Nesse meio tempo, foram realizados testes de uma vacina em macacos. Os animais que produziam os anticorpos que identificam o V2 estavam menos propensos a morrer em consequência do SIV, vírus da imunodeficiência que afeta macacos.

Segundo Dan Barouch, imunologista da Escola de Medicina de Harvard, em Boston, que liderou o estudo com os macacos, ter observado reações imunológicas semelhantes em humanos e macacos que receberam vacinas diferentes forneceu garantias de que vale a pena pesquisar o laço V2. Porém, ele afirma que os pesquisadores não devem parar de procurar outras frestas na armadura do vírus.

Por exemplo, Wayne Koff, vice-presidente sênior de pesquisa e desenvolvimento da Iniciativa Internacional de Vacinas contra a Aids, com sede em Nova York, aponta os anticorpos neutralizadores do vírus obtidos de pacientes infectados com o HIV de forma crônica como outra estimulante direção a seguir para a produção de vacinas. ''Este é um período de renascimento para o desenvolvimento de vacinas contra o HIV’', afirma.

Fonte : The New York Times News Service/Syndicate - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times._NYT_



After decades of dashed hopes, the developers of HIV vaccines are allowing a cautious optimistic attitude. At a conference held in Bangkok, Thailand, molecular scientists reported evidence that helps explain the success of the first test of a vaccine in humans. The result may point the way to produce more vaccines in the future.

''It can be argued that the experiment was far more successful,''said Adriano Boasso, immunologist at Imperial College London.

The study examined clinical samples from a test conducted before the vaccine RV144 with more than 16 000 people. In 2009, three years after the application of the vaccine, scientists reported that for the volunteers who received the vaccine, the probability of contracting the disease decreased 30 percent compared to placebo.

The modest results marked the first successful test of a vaccine in humans - two years after the notorious failure of vaccine produced by Merck pharmaceutical company. However, the test of Thailand also left the researchers puzzled.

Greater than the sum of its parts The vaccination regimen consisted of two components that failed when alone: ​​the primary vaccine ALVAC-HIV (vCP1521), which contained several HIV proteins, followed by booster vaccine AIDSVAX, made of a surface protein HIV. The first was produced by Sanofi-Pasteur, Lyon, France, and second, by Australian VaxGen of Brisbane. However, two of the three measurements used by researchers to determine whether the vaccine prevented HIV infection revealed no differences that reached statistical significance between vaccinated and control groups. In the latest study, the researchers formed a team to examine the blood of the volunteers in pursuit of various immunological indicators of 41 people who received the vaccine contracted HIV and compared to the 205 people who contracted the virus. The survey was conducted by Mahidol University in Bangkok, and the HIV Research Program of the U.S. Armed Forces in Washington.

The investigation was not complete. So far, however, the team discovered that two molecular evidence to explain why some people warned the vaccine against HIV, but not to others. For the volunteers whose blood contained a Y-shaped antibody called immunoglobulin G (IgG), which recognizes a portion of the outer envelope of HIV, known as the V2 loop, the possibility of contracting the virus was 43 percent lower than for individuals whose systems Immunological not produce these antibodies.

However, participants who produced large amounts of another type of antibody called IgA, which recognize different parts of the envelope of HIV, the test progressed unfavorably - the probability of infection was 54 percent higher compared to people who produce these antibodies. However, this immune response did not make people more susceptible to contracting the virus than did participants who received placebo.

Researchers are still studying the results. According to Michael Nelson, director of HIV Research Program of the Armed Forces, the results reassured that the vaccine protected some of the participants of HIV and that success did not mean a statistical fluke. "This lends credibility to the results of biological research first,''he said.''This suggests that the results of research with the RV144 was related to vaccination.''

The way forward said Barton Haynes, director of the Human Vaccine Institute at Duke in Durham, North Carolina, who led the follow-up study, said in a press conference that the results would generate hypotheses for further study. ''What we have right now are clues that help explain why the vaccine worked. We did not get results within the past 30 years. It is very important for this field of research.'' The researchers are already planning how to verify that the antibodies found in the participants have the same effect in primates infected with a virus similar to HIV. These experiments will determine whether immune responses are responsible for success or failure of the vaccine in certain people or are only linked to underlying factors.

Ultimately, according to Michael, the new findings should serve as guidelines for future research and vaccine development. The team is planning follow-up testing a similar vaccine in homosexual men in Thailand - a group at high risk of contracting the virus - as well as research in South Africa, which require vaccinations to identify a different subtype of HIV.

Based on recent results, it is possible that these new vaccines are redesigned to encourage the production of IgG antibodies that recognize the V2 loop of HIV, says Michael. ''Of course, this research will need the commitment of many people, which is positive,''he said.

Other research presented in Bangkok supports the theory that attack the V2 can be a way to fight HIV. According to Michael, viruses collected from research participants with the RV144 who contracted HIV are mutations in this region, suggesting that the V2 loop was being attacked by the immune system. Meanwhile, tests were made of a vaccine in monkeys. The animals that produced antibodies that identify the V2 were less likely to die as a result of SIV immunodeficiency virus that affects monkeys.

According to Dan Barouch, an immunologist at Harvard Medical School in Boston, who led the study with monkeys, have noticed similar immune responses in humans and monkeys that received different vaccines provided assurances that it is worth researching the V2 loop. But he said that researchers should not stop looking for other cracks in the armor of the virus.

For example, Wayne Koff, senior vice president of research and development of the International AIDS Vaccine, based in New York, points to the virus-neutralizing antibodies obtained from patients infected with HIV as a chronic form of another exciting direction followed for the production of vaccines. ''This is a renaissance period for the development of vaccines against HIV,''he said.

Source: The New York Times News Service / Syndicate - All rights reserved. It is forbidden any reproduction without written permission of The New York Times._NYT_

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